pesquisadores  alem�s estimam que as emiss�s anuais de g� carb�ico ser� superiores a  47,9 bilh�s de toneladas em 2020Pesquisadores alemães estimam que as emissões anuais de gás carbônico serão superiores a 47,9 bilhões de toneladas em 2020/Foto: yago1.com

Quatro meses depois da 15ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP15), o Acordo de Copenhague segue encoberto por nuvens de contestações, informou a Folha de S.Paulo. Segundo um grupo de cientistas do Instituto de Pesquisa de Impactos Climáticos de Potsdam, as metas voluntárias e os buracos legais previstos no documento são insuficientes para livrar o mundo de um aquecimento inferior a 3ºC em 2100.

De acordo com artigo dos pesquisadores publicado na edição desta quinta-feira, 22 de abril, do periódico Nature, o mundo chegará à 2020 com emissões anuais de 47,9 bilhões a 53,6 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (a soma das emissões de todos os gases-estufa convertidas em CO2).

Ocorre que para ter chance igual ou maior do que 50% de manter o aquecimento em um máximo de 2ºC (nível considerado seguro), as emissões anuais precisam ser inferiores a 44 bilhões de toneladas já na próxima década.

Metodologia

Para chegar a esta conclusão, os cientistas Joeri Rogelj, Malte Meinshausen e colegas se basearam nas promessas feitas pelos 76 países que aderiram ao acordo produzido na COP15 até o dia 13 deste mês. Vale lembrar que a cúpula de Copenhague deixou de elaborar um tratado vinculativo, com peso de lei internacional (de cumprimento obrigatório).

l�eres mundiais fracassaram nas  negocia��es de copenhagueLíderes mundiais fracassaram nas negociações de Copenhague/Foto: Ellie Johnston

“Se nos próximos dez anos o Acordo de Copenhague for tudo o que temos, então teremos travado o mundo numa trajetória de emissões relativamente alta até lá”, afirmou Meinshausen ao jornal Folha de S.Paulo. Segundo o cientista alemão, o tratado voluntário é “inadequado para cumprir a meta de 2ºC”.

Frouxo

Os cientistas alemães pontuam dois fatores como determinantes para a fragilidade do acordo: o caráter voluntário do texto e a natureza jurídica frouxa do mesmo. Só para se ter ideia, Noruega e Japão são os únicos países ricos que apresentaram propostas de redução de emissões entre 25% e 40% até 2020, em relação aos níveis de 1990 – valores recomendados pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU).

Outro ponto a se considerar é que o Acordo de Copenhague não proíbe o uso de créditos de carbono em excesso gerados no Protocolo de Kyoto. Para Meinshausen, existem 12 bilhões de toneladas de gás carbônico que não corresponderam a um esforço de emissões – esta quantidade nada mais seria do que um truque contábil para facilitar o cumprimento das metas.

Cúpula boliviana

Desde o dia 21 de Abril, a Bolívia sedia a Conferência dos Povos Sobre Mudanças Climáticas. O encontro busca ser uma resposta anticapitalista à COP15. Entre novembro e dezembro deste ano, será realizada a COP16, em Cancún (México). No entanto, o chefe da ONU para assuntos do clima, Yvo de Boer, já adiantou que um novo acordo global a respeito do tema só deverá sair em 2011.

*Via EcoDesenvolvimento.

             
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