Aquecimento global ameaça vinhos franceses

SÃO PAULO – A mais nova vítima do aquecimento global pode ser a indústria de vinho da França.

Segundo um relatório do Greenpeace divulgado na semana passada, se o atual índice de aquecimento global for mantido nos próximos anos, vai reduzir a área de plantio existente hoje ou ainda mudá-la de local. Cerca de mil quilômetros de vinhedos no mundo inteiro vão se deslocar na direção norte até o final do século, se forem mantidos os níveis de emissão de CO2 atuais.

No relatório Impactos das Mudanças Climáticas no Vinho da França, o produto é descrito como um importante componente da herança cultural do mundo que já sente os impactos do aquecimento global, como tempestades e novas doenças. Os problemas podem piorar.

Entre as conseqüências do efeito estufa listadas no relatório estão as antecipações de colheitas por causa do calor que deixa as uvas com altos níveis de açúcar e álcool e baixa acidez, o que acaba deixando os vinhos com gosto e textura diferentes de sua “personalidade original”.

Em 2000, por exemplo, alguns Pinot Noir da região de Cote de Beaune apresentavam características típicas do vinho de outra região, a Côte Du Rhône. Em 2003, ondas de calor na Borgonha causaram uma queda de 37% na produção de vinho com relação ao ano anterior.

De acordo com o relatório, “essas mudanças colocaram o pedigree da produção de vinhos francesa em risco”. “Uma cultura que levou séculos para ser construída corre o risco de desaparecer completamente”, continua.

A cultura de vinhos da frança é baseada no “terroir”. O terreno produtivo aliado a fatores biológicos, físicos e humanos que vão desde a quantidade de chuvas, ao tipo de solo, temperatura, técnicas de cultivo e cepa da uva. O aumento na temperatura poderia destruir safras.

Não são apenas os apreciadores de vinhos franceses que sofreriam com a quebra de produções. Por trás do renomado vinho francês existe uma indústria de 9 bilhões de euros. A segunda maior indústria do país, apenas atrás da produção de cereais.

Cerca de 190 mil pessoas dependem da indústria para receber seu salário e o principal produto exportado é o vinho.

O cenário é pessimista, mas é também exagerado. O exagero, no entanto, tem uma razão: pressionar os representantes das nações que devem se reunir em dezembro para um novo acordo climático. A organização acredita que os caros vinhos franceses, geralmente muito apreciados pelos governantes, comovam mais que os pobres ursos polares.

*Via Info.

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 é o criador do eco4planet, formado em Administração de Empresas pela USP, desenvolvedor e gamer. Otimista nato, calmo por natureza, acredita que informação pode mudar o mundo e que todo pequeno gesto vale a pena. Posta também no Twitter e Facebook.
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