segundo o  ibama, hectares dos biomas t� sido convertidos em carv�Segundo o Ibama, hectares dos biomas têm sido convertidos em carvão/Foto: Yasodara

Três dos principais biomas brasileiros, Pantanal, Caatinga e Cerrado, perdem cada vez mais hectares de matas nativas que acabam utilizadas na produção de carvão. A constatação é do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

De acordo com o órgão, somente o Pantanal de Mato Grosso do Sul perdeu 270 mil hectares nos últimos três anos – extensão que corresponde a duas vezes o território da cidade de São Paulo, a maior do país.

“O avanço das carvoarias sobre as matas nativas, legalmente ou não, é uma série ameaça à sobrevivência do Pantanal”, afirmou nesta segunda-feira, 5 de abril, o superintendente do Ibama-MS, David Lourenço, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Segundo o Ibama, Mato Grosso do Sul movimentou 8,6 milhões de metros cúbicos de carvão vegetal entre 2007 e 2009, o que inclui o carvão importado do Paraguai. Do total produzido, 99% é proveniente de lenha de floresta nativa, de acordo com Lourenço.

“Equívoco” e “exagero”

Por outro lado, representantes dos setores de metalurgia e carvoaria contestam os dados do Ibama. Na opinião de Marcos Brito, do sindicato da indústria carvoeira, é um “equívoco” afirmar que matas nativas são derrubadas para a produção de carvão. “O que existe é o aproveitamento do material resultante de áreas desmatadas legalmente para a agropecuária”, justificou.

Já o presidente do sindicato do setor metalúrgico do Mato Grosso do Sul, Irineu Milanesi, classificou de “exagerada” a estimativa feita pelo Ibama. Segundo ele, as florestas plantadas já são uma realidade. “Não conseguiríamos sustentar a indústria só com carvão de origem nativa. Isso é um exagero do Ibama”, argumentou.

Cerrado e Caatinga

Realizada entre os dias 22 e 31 de março, a operação do Ibama batizada de Corcel Negro embargou 33 empresas (siderúrgicas e transportadoras) relacionadas ao carvão no país. Agora, elas ficarão impedidas de funcionar até decisão judicial. Uma das causas mais comuns para a punição está a falta de autorização para o funcionamento.

Segundo o coordenador da Operação Corcel Negro, Roberto Cabral Borges, o cerrado e a caatinga estão sendo destruídos para a produção de carvão.

“Algumas siderurgias reclamaram que tiveram que reduzir a produção em função da fiscalização. Se isto aconteceu é porque houve ilegalidade. A siderurgia nacional tem que funcionar, mas não com a destruição do Cerrado e da Caatinga”, observou Borges.

O representante do Ibama explicou que o Código Florestal de 1965 deu prazo de 20 anos para que as empresas se tornassem autossustentáveis na demanda de carvão por meio da criação de áreas de reflorestamento. Mas esse prazo, segundo ele, tem sido prorrogado de forma recorrente.

“Nossa preocupação é que as empresas comecem a investir na produção autossustentável. Se a indústria não tiver seu próprio reflorestamento haverá um colapso econômico e ambiental”, alertou Borges.

*Via EcoDesenvolvimento.

             
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