SÃO PAULO – A crise financeira internacional possui muitas consequências negativas, como instabilidade e alta do câmbio, desemprego e falta de confiança do consumidor. Porém, em um momento tão delicado, que tal repensar o consumo e planejar as compras?

É uma boa oportunidade de perceber que, com mudanças simples em atitudes do cotidiano, podemos evitar desperdício e economizar, como na opção de usar os produtos até o final de sua vida útil, só comprando um novo quando for realmente necessário.

Pensando exatamente nisso, o Instituto Akatu, que promove o consumo consciente, desenvolveu uma campanha contra o desperdício dos alimentos.

1/3 do que compramos vai direto para o lixo

De acordo com a gerente de Operações da entidade, Heloísa Torres de Mello, um dos maiores gastos de uma família brasileira é com alimentos, sendo que cerca de um terço do que elas compram vai direto para o lixo.

Para reduzir esse desperdício de comida, a melhor maneira é começar planejando as compras, e Heloísa indica qual o comportamento adequado:

Faça o cardápio da semana antes de ir ao supermercado. Afinal, o maior desperdício doméstico é de frutas, legumes e verduras, justamente os produtos típicos das compras semanais.

Faça uma lista do que é realmente necessário, para focar sua compra e evitar o supérfluo, que pode acabar parando na lata do lixo.

E não faça compras com fome, pois o consumidor faminto sempre compra em excesso.

Após a etapa das compras, o desperdício também deve ser evitado na cozinha. Assim, quando for preparar pratos, não despreze as cascas dos legumes, os talos de verduras nem as sementes, que são ricos em nutrientes e podem ser usados em receitas muito saborosas.

Além disso, não jogue fora, mas recicle as sobras dos alimentos: com feijão, faça sopa; com arroz, cenoura cozida, carne assada ou o que restou da bacalhoada, prepare deliciosos bolinho; e ainda, as frutas azedas ou maduras demais viram compotas, geleias e recheios para bolo. Use sua imaginação!

Planejamento para economizar

Além das dicas em relação ao desperdício de alimento, Heloísa ressalta a importância de planejar as compras de uma forma geral. “Pense sobre a necessidade de ter aquele produto, naquele momento, e veja se é possível, em vez de comprar um novo, consertar, transformar ou reutilizar”.

Assim, com planejamento dos gastos e vivendo dentro do orçamento, os consumidores evitam o desperdício do próprio dinheiro.

E vale lembrar que cuidar do orçamento não é apenas anotar quanto você ganha e quanto gasta, mas também pensar sobre sua vida, escolher o que é importante para você e sua família e se conscientizar na hora de gastar.

Cuidado com promoções e pequenos gastos

A gerente de Operações ainda destaca que o consumidor precisa ter cuidado com as promoções, pois, embora pareçam atraentes, elas podem levá-lo a comprar algo que não estava precisando, só porque estava barato.

“E preste atenção também aos pequenos gastos. Aquele dinheiro que usamos todo dia nas despesas que parecem pequenas poderia ser suficiente, ao final do ano, para pagar uma viagem de férias ou fazer uma bela diferença na poupança”, explica Heloísa.

Para se ter uma ideia da economia possível, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a família gasta, por mês, aproximadamente R$ 300 em alimentos, R$ 14 com conta de água, R$ 40 com a de luz, R$ 32 na de telefone fixo e R$ 11 com celular.

Se essa família diminuísse 20% do total desses gastos, faria uma economia de cerca de R$ 80 por mês. O montante parece pouco, mas, se for investido na poupança, daqui a 20 anos, essa família terá juntado quase R$ 40 mil, podendo ajudar com a faculdade de um filho ou servir de entrada em um apartamento.

Consumo consciente

O consumo consciente é uma prática que deve ser executada sempre, independente da crise financeira, afinal, segundo ressalta Heloísa “nós já vivemos uma crise ambiental e social”.

Atualmente, a humanidade consome 30% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação do planeta, sendo que apenas 25% consomem acima de suas necessidades, lembra a coordenadora, enquanto outros 75% consomem o mínimo ou abaixo do necessário para sobreviver.

“Se o atual modelo de consumo dos habitantes mais ricos do planeta viesse a ser praticado por toda a humanidade, quatro planetas Terra não seriam suficientes para suprir todo esse consumo”, alerta.

Se não houver mudança nos padrões de consumo e produção, acrescenta Heloísa, em menos de 50 anos já serão necessários mais de dois planetas para atender às nossas necessidades de água, energia e alimentos.

Fonte: MSN Dinheiro

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 é o criador do eco4planet, formado em Administração de Empresas pela USP, desenvolvedor e gamer. Otimista nato, calmo por natureza, acredita que informação pode mudar o mundo e que todo pequeno gesto vale a pena. Posta também no Twitter e Facebook.
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