Todo ano, a Campus Party se torna um grande hub de tecnologia, juntando especialistas e entusiastas e criando um ambiente propício para a junção de idéias e criação de soluções. Dessa forma, nada melhor que usar o evento como uma ferramenta para buscar soluções que também possam melhorar nosso planeta e a forma como vivemos nele.
A convite da Ford, o eco4planet foi visitar a Campus Party e acompanhar a coletiva de imprensa da montadora para falar de um assunto um tanto espinhoso para a indústria automobilística, a mobilidade.
Frequentemente confrontada neste ponto justamente por ser apontada como uma das vilãs da mobilidade no mundo, as montadoras costumam evitar o assunto e são poucas as que decidem assumir uma posição ativa neste campo. Mas a empresa de Detroit anunciou que o Brasil será o nono país a sediar o Desafio de Mobilidade Ford, que incentiva desenvolvedores a criarem aplicativos e estratégias para identificar e solucionar os problemas de mobilidade, como o congestionamento nas cidades.
A empresa trouxe de sua sede para o evento a gerente global de Pesquisa da Mobilidade no Futuro, Erica Klampfl que explica:
A Ford não quer ser apenas uma fabricante de automóveis, mas também uma empresa de mobilidade, trabalhando com o objetivo de mudar a forma como o mundo se move e ser um facilitador na solução dos crescentes desafios de transporte ao redor do mundo.
O Desafio gera uma grande expectativa devido ao alto nível das soluções apresentadas nos eventos realizados em outros países como o aplicativo “Flare”, da etapa de Delhi, na Índia, que se basea em geolocalização para agilizar o deslocamento de ambulâncias e veículos de resgate, permitindo que as pessoas informem às autoridades e sejam informadas sobre acidentes nas redondezas. Ele leva em conta que os 60 primeiros minutos após um acidente são essenciais para o salvamento de vítimas – a chamada “golden hour”.
Ainda na Índia, tivemos o “Mumbai Monsoon Helper” que ajuda as pessoas a se deslocarem no período de chuvas de monções, que inundam estradas e ferrovias. Ele mostra as áreas mais atingidas por alagamentos, além de informar sobre as condições do tempo e previsões de novas precipitações. Os usuários podem contribuir com informações mostradas em um mapa da cidade.
Quando perguntados se esses projetos se adaptariam à uma realidade social e cultural como a do Brasil, Rogério Goldfarb, Vice-Presidente para Assuntos Corporativos, foi enfático e disse que esse era o principal motivo para a Ford se aproximar dos desenvolvedores brasileiros e realizar o desafio em terras tupiniquins, uma vez que, mais do que ninguém, os desenvolvedores daqui sabem as necessidades e conseguem entender as dificuldades dos brasileiros, bem como os desafios de implementar uma solução dentro de nossa realidade, ou seja, nada melhor que brasileiros buscando soluções para os próprios brasileiros.
O transporte e a mobilidade são assuntos que interagem de forma delicada com o ecossistema do planeta porque grande parte da poluição gerada no mundo decore do deslocamento de pessoas e mercadorias. Isso significa que, utilizando tecnologia e formas inteligentes de transporte, otimizando os trajetos, poderemos diminuir a emissão de gases e a necessidade de matéria prima para a criação de mais meios de transporte. Isso impacta diretamente no meio ambiente e nos recursos naturais do nosso planeta.
Assim, atitudes como a da Ford merecem atenção porque se a indústria automobilística, comumente conhecida pelo seu impacto negativo no planeta, se engaja positivamente em uma causa como essa, ganharemos um grande aliado nessa luta diária pelo bem do nosso planeta. Até porque o planeta é de todo nós e, da mesma forma que usufruímos de tudo o que é bom, também sofremos igualmente as consequências do mau tratamento que dermos a ele. Esteja você andando de bicicleta ou dentro do seu carro.
