Para os designers, as cadeiras e poltronas representam a natureza vencendo o plástico/Foto: Divulgação
A série Transplastic, dos designers brasileiros Fernando e Humberto Campana, já rodou o mundo em diversas exposições. Nela, a fibra do apuí “cresce” em meio ao plástico como uma “resposta imunológica” ao mundo feito de materiais sintéticos. “A cadeira foi desenvolvida como se isso estivesse eliminando o plástico, o parasita, mostrando a rebelião da natureza”, afirma um dos artistas, Humberto Campana.
Os designers incorporam objetos de plásticos e os trançam com a fibra do apuí/Foto:Ambient 1
A escolha do apuí não poderia ser mais apropriada. A planta, conhecida como cipó, é uma espécie parasita que se hospeda no tronco de outras árvores e suga sua seiva, muitas vezes causando a morte da hospedeira. A analogia, portanto, reforça a ideia da natureza sufocando e vencendo o artificial.
As cadeiras de plástico são “engolidas” pelo cipó/Foto: Divulgação
Além disso, a fibra é bastante resistente e torna-se maleável com a aplicação de fungicida. Os designers garantem que o material é retirado de forma manual, sem agredir as árvores.
Humberto e Fernando Campana e duas produções sustentáveis: poltrona Corallo e sapatilha – 30% de PVC reciclado/Foto: Divulgação
O projeto incorpora muitas características de outras criações dos irmãos, que unem artesanato, materiais reciclados e alto design de mobiliários. Em entrevista ao site Design Boom, Humberto Campana diz estar apaixonado pelas possibilidades do material. “Estou descobrindo uma elasticidade neste projeto que é muito gratificante”, afirma.
Luminárias feitas com bambu são também criação da dupla/Foto: Divulgação
A dupla já criou peças utilizando outros materiais sustentáveis, como bambu e PVC reciclados, e revertem parte das vendas de alguns produtos para organizações não-governamentais.
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*Via EcoDesenvolvimento.