tartaruga.jpg
Segundo o levantamento, a parceria turismo-conservação é proveitosa para ambas partes / Foto: Divulgação

Em oito anos do Projeto Tamar de conservação de tartarugas marinhas na região, a renda familiar de pescadores triplicou. Entre 1999 e 2007, saltou de US$ 300 para US$ 900. Antes, a água encanada e a eletricidade não chegavam a nenhuma das casas da área, no município de Mata de São João. Agora, a água atende a 95% dos domicílios e todos os domicílios contam com luz elétrica.

Estes são alguns dados destacados no levantamento Conservação e Ecoturismo no Brasil e no México, desenvolvido pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG). Com os resultados, o relatório sugere que a parceria entre turismo e preservação seja uma relação bastante proveitosa, para ambas partes.

Ligado ao Ministério do Meio Ambiente, o Projeto Tamar trabalha com pesquisa e ações educativas para preservação das tartarugas. Em meados dos anos 80, passou a receber turistas interessados em observar os animais. Os incentivos ao turismo ecológico se transformaram em uma alternativa econômica para os trabalhadores, destaca o antropólogo David Ivan Fleischer, autor do estudo.

Ivan Fleischer aponta que, antes do turismo, a renda das famílias da Praia do Forte vinha da pesca e que, mal orientados, os pescadores eram uma ameaça às tartarugas. Segundo ele, apenas a existência de uma lei ambiental de proteção não bastaria. “A incapacidade de adaptação a regras ambientais faz com que os pescadores abandonem seus modos de vida tradicionais”, afirma.

Pesca amiga do meio ambiente

Porém, com as iniciativas de preservação, pescadores foram contratados para ajudar a encontrar ninhos de tartarugas e, como resultado, os projetos ganharam importantes aliados para a conservação, diz o pesquisador. “Por meio de treinamento e capacitação, comunidades locais foram capazes de passar de uma economia de subsistência para uma economia bem sucedida e orientada para serviços”, conclui Fleischer.

Além do Tamar, na Bahia, o relatório também apresenta o Centro Mexicano de la Tortuga, na região de Oaxaca. No México, a lei contra a caça de tartarugas é de 1992, mais recente que a do Brasil, de 1980. No mesmo intervalo de oito anos, com a atuação de projetos semelhantes ao Tamar, a renda na praia de Mazunte cresceu 17%, de US$ 600 para US$ 700. Assim como na Bahia, nenhuma das casas tinha energia elétrica ou água encanada, e em 2007 todas já possuíam a estrutura.

As praias brasileira e mexicana também conquistaram melhorias em saúde e educação. Em cada uma delas, três escolas foram construídas no período. Praia do Forte ganhou um hospital e Mazunte passou a contar com uma clínica médica.

*Com informações do PNUD Brasil. Via EcoDesenvolvimento.

             
Quem somos
Na mídia
Contato
Anuncie (mediakit)
Como divulgar
 
 
©2008-2024 eco4planet | Privacidade
©2008-2024 eco4planet | Privacidade