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Foto: Guillermo Fdez

Sabe aqueles minutinhos de pausa no meio do expediente ou no intervalo dos estudos para “espairecer”? Pois saiba que eles podem estar com os dias contados. Segundo um estudo publicado na última semana por pesquisadores da Universidade de Stanford, essa sensação de exaustão mental não passa de uma impressão.

A pesquisa foi feita pelo departamento de psicologia da universidade e publicada na revista Psychological Science. Nela, os estudiosos vão de encontro à teoria que diz que, após um determinado tempo, a mente humana não consegue mais se manter focada em uma atividade.

Quando isso acontece é necessário afastar o cérebro daquele pensamento por alguns instantes, seja com um lanche, conversa ou outras distrações físicas, para poder retornar à antiga concentração.

Mas segundo o novo estudo, não é bem assim que as coisas funcionam. De acordo com os pesquisadores, a mentalidade individual e as crenças pessoais são os fatores que determinam por quanto tempo e com que intensidade é possível manter um exercício mental.

“Se você acredita que a força de vontade é algo biologicamente limitado, você terá mais chances de ficar cansado quando executar uma tarefa difícil”, disse Veronika Job, co-autora do estudo. “Mas se você pensá-la como algo que não se esgota facilmente, você pode ir em frente”, lembrou.

Além de Veronika, que é pós-doutora pela Universidade de Zurique, o estudo foi realizado pelos professores de psicologia de Stanford, Carol Dweck e Greg Walton. Eles aplicaram quatro experimentos em alunos da universidade para analisar como suas crenças quanto à força de vontade influenciavam nas suas resistências mentais.

O resultado mostrou que, após realizarem uma tarefa cansativa, aqueles que achavam que a força de vontade era um recurso limitado pelo organismo tiveram um desempenho menor do que os que pensavam ter controle sobre o fator.

Eles também descobriram que o mesmo grupo dos que não acreditavam no poder individual da mente ingeriram 24% a mais de junk food na semana de provas finais e procrastinaram 35% a mais que o outro grupo.

“A teoria de que a força de vontade é um recurso limitado é interessante, mas ela trouxe consequências não intencionais”, contou Carol. “Os alunos que já tem problemas para estudar escutam que o seu poder de concentração é limitado e por isso precisam fazer pausas frequentes. Mas a crença na força de vontade como um recurso não-limitado torna as pessoas mais fortes na sua capacidade de trabalho através de desafios”, disse.

Os pesquisadores reforçaram ainda que os resultados da pesquisa podem ajudar pessoas a resistirem à tentações e distrações, como diabéticos que precisam seguir a dietas rigorosas, dependentes químicos e até trabalhadores que precisam cumprir prazos apertados.

“Este é um exemplo de um contexto onde as teorias das pessoas estão dirigindo os resultados”, disse Walton. “A força de vontade não é movida por um processo com base biológica, tal como estamos acostumados a pensar. A crença nisso é o que influencia o seu comportamento”, conclui. [EcoD]

             
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