Fungos podem ajudar na degradação de garrafas de plástico
A descoberta retoma a questão da utilização de garrafas de plástico e o seu potencial de abrasividade ao meio abiente / Foto: Scx.hu

Utilizando linhagens específicas de fungos, a aluna da Universidade Estadual de Campinas Kethlen Rose Inácio da Silva conseguiu uma nova opção para a biodegradação de garrafas PET e acredita que a melhor forma de contribuir para o meio ambiente seja elaborar novos produtos baseados em metodologias eficientes e adequadas à gestão ambiental, como foi o processo que desenvolveu.

“Estudamos uma nova metodologia em laboratório e conseguimos definir uma condição adequada para a biodegradação das garrafas PET, que, quando depositadas no ambiente, entopem os sistemas de coleta de esgoto gerando inundações locais, além de apresentar riscos pela queima indevida que resulta em emanações tóxicas na atmosfera”, disse Kethlen justificando a intenção da pesquisa.

A pesquisa que apontou fungos para biodegradação de garrafas PET e de material bruto ou pellets, que são usados na produção das garrafas, teve uma metodologia inédita produzida em laboratório e contou com o processo de fermentação semi-sólida para obter mais resultados positivos. “O processo é extremamente complexo e exige a análise de inúmeras variáveis para verificar a interferência destes na biodegradação dos polímeros”, afirmou Kethlen.

"Foram utilizadas duas linhagens de fungos Pleurotus sp, que são encontrados naturalmente nas matas brasileiras crescendo sobre madeiras, da qual retiram nutrientes", disse Kethlen à Agência FAPESP.
Segundo Kethlen, foram utilizadas duas linhagens de fungos Pleurotus sp (foto), que são encontrados naturalmente nas matas brasileiras crescendo sobre madeiras / Foto: Divulgação

“A maioria dos pesquisadores que estuda o assunto utiliza a técnica de tentativa e erro. A utilização do planejamento experimental e a análise de fatores que poderiam interferir no processo foram o grande diferencial desse estudo” disse a bióloga.

O meio ambiente agradece

Kethlen destacou que conseguir reciclar uma garrafa e transformá-la novamente em produto aceitável é um processo que ainda precisará de mais atenção. “Os estudos são iniciais e a viabilidade é questionada”, disse.

Apesar disso, a recente descoberta volta ao polêmico assunto da utilização de garrafas de plástico no mundo. O agravante de uma reciclagem ‘cara’ para a natureza, pois usa muita água e energia além de devolver resíduos ao meio ambiente, faz do plástico uma questão a ser debatida.

A bióloga mostrou sua preocupação ressaltando que na cidade de São Paulo os plásticos são o segundo elemento mais encontrado no lixo, correspondendo a cerca de 23% do peso total dos resíduos encaminhados para os aterros sanitários.

Fonte: EcoDesenvolvimento

             
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