Foto: Erman Akdogan

A base de qualquer construção é a estrutura. E se estamos falando em construção sustentável, não poderíamos deixar de fora elementos como cimentos, tijolos e vigas de sustentação.

As alternativas sustentáveis são aquelas que geram menores impactos ambientais tanto no processo de fabricação quanto no transporte, utilização e descarte final. Assim, sejam eles feitos de materiais reciclados, naturais ou simplesmente pensados de forma a gerar menos danos ao meio ambiente, o que importa é planejar bem antes de começar a construir.

Quando o assunto é parede, três linhas de materiais se destacam: os blocos de entulho, os tijolos de solo-cimento e os tijolos de terra.

Blocos de entulhos

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Foto: Tadeu Pereira

São materiais livres de matéria orgânica e que reaproveitam o entulho como base para sua fabricação. Esses resíduos coletados em outras obras (como cerâmicas, telhas e tijolos) são moídos, misturados a areia e cimento e transformados em blocos novos.

Esses materiais são vendidos inteiros, em meio blocos ou canaletas e podem ser estruturais (que podem levar ferragens no seu interior) ou não.

Tijolos de terra

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Foto: aldoflickr

Existem diversos modelos de tijolos que utilizam o solo em sua composição. Entre os mais tradicionais está o pau-a-pique. Apesar de não ser estrutural e de precisar de uma grade de madeira para ser erguido, esse material está em alta no mercado graças à possibilidade de ser rebocado, emboçado e pintado.

Para produzir a terra-palha são utilizadas matérias-primas naturais e renováveis, como capim, palha de trigo, solo argiloso e água. Por conta disso, esse material apresenta uma baixa densidade e alto isolamento termo-acústico. Para montar uma parede com esse material é indicada construção de uma estrutura de madeira.

A grande estrela da arquitetura de terra, porém, é o adobe. Esses tijolos, feito com terra crua, água e palha, é bastante leve e permite um alto conforto térmico dentro do ambiente. O adobe também costuma ser bastante resistente, barato e pode ser preparado no próprio local da obra.

Tijolo de solo-cimento ou Bloco de terra comprimida

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Foto: Monteiro Tijolos

O bloco de terra comprimida (BTC) ou tijolo de solo-cimento é um tijolo composto por terra (areia argilosa), água e um pouco de cimento (entre 8 e 10% da sua composição) e comprimido em prensas mecânicas. Ele é bastante parecido com o adobe e, em geral, não requer massa de assentamento.

Além de dispensar o rejunte, o tijolo de solo-cimento utiliza menos ferro e concreto nas vergas, cintas e grautes e não requer o uso de madeira, estribos, arames e pilares. São vendidos inteiros ou pela metade (para evitar o desperdício).

Outros materiais

Ainda existem outras alternativas para quem pensa em construir uma casa de bem com o planeta. Blocos de pedra, madeira certificada, bambu e até garrafas de vidro e PET já foram usadas em construções sustentáveis. Cimentos ecológicos e vigas sustentáveis também já podem ser encontrados no mercado da construção civil.


Foto: Bambupue

Apesar de tantas opções sustentáveis, a arquiteta do escritório Primamatéria, Ivone Rocha, alerta: “é preciso pensar de forma inteligente na racionalização da construção e assim gerar o mínimo de entulhos e de desperdícios e melhorar o conforto ambiental do local, e isso você consegue com vários materiais, apesar de ser mais fácil com os naturais”.

A escolha do material depende da demanda e de algumas características do projeto, como o estudo de ventilação e iluminação naturais, o clima local e o terreno onde a construção será erguida. “Isso tudo é discutido com o cliente”, conta Ivone.

A arquiteta informa ainda que a depender do projeto, diferentes materiais podem ser misturados e usados em diversos ambientes de uma mesma edificação. “Em um sobrado, por exemplo, você pode usar o pau a pique na base e blocos de terra-palha, que são mais leves, na parte de cima”, explicou.

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Foto: Danilo Fiuza guia-capa.jpg

Tendência

“O mundo todo está preocupado com essas questões ambientais e as pessoas estão começando a tomar atitude e buscar tecnologias que resolvam os problemas que nós mesmos criamos”, observa Ivone.

“A gente já vê lojas como a nossa começando a vender mais materiais desse tipo. Os clientes já fazem questão de usar produtos mais sustentáveis porque sabem que isso fará a diferença no consumo de energia, de água etc”.

Além de uma potência de mercado, a construção sustentável é também um campo de trabalho mal explorado, opina Ivone. “Existe muita diferença técnica no uso de cada um desses materiais e você tem dificuldade em conseguir um profissional da construção civil especializado ou treinado”, acrescenta.

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Foto: Paolo Rosa

Custo benefício

E para quem se interessou pela ideia, aqui vai uma boa notícia: “uma parede sustentável não é necessariamente mais cara que uma parede comum”, segundo a arquiteta da Primamateria.

Ela lembra que a conta final deve envolver diversos aspectos – e não apenas o valor do metro quadrado. “O cálculo é mais complexo”, diz Ivone, que lembra ainda que mesmo que se gaste mais em alguns materiais é possível economizar em outras partes da obra.

Fatores como o aluguel de caçambas para levar os entulhos, o tempo de reforma e os consequentes gastos com mão-de-obra, o material usado no acabamento, além dos custos com ventilação e iluminação após o término da construção também devem ser contabilizados.

*Via EcoDesenvolvimento.

             
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