Se você continua com aquela imagem dos índios brasileiros com bermuda vermelha da Adidas, rosto pintado, cara de não estar entendendo muita coisa e vivendo apenas com costumes próprios, saiba que você está muito enganado. Por exemplo, no último dia 19, cinco índios da etnia Terena se perderam numa mata na cidade de Miranda, no Mato Grosso do Sul. Se isso já soa estranho, fica ainda mais quando se descobre que eles pediram resgate usando um celular.

Bem, se vivemos num país onde há mais celulares do que habitantes, era de se esperar que um ou outro índio tivesse um aparelho. Agora a combinação índios perdidos na mata por oito horas + pedido de socorro via celular é bem incomum. Segundo a Polícia Militar, os cinco índios – dois homens e três mulheres – entraram numa área controlada pelo Exército para colher guaviras, fruta típica do local. A colheita, que começou às 9 horas da manhã, só terminou às 17h, após o resgate da polícia. Depois de não conseguirem achar a saída da mata e perderem a noção de espaço, um dos índios ligou para a polícia às 14 horas para solicitar resgate.

Tirando a parte da colheita de frutas, todo o resto dos acontecimentos foge dos clichês que envolvem os índios no Brasil. E isso talvez valha alguns momentos de reflexão: após anos de presença maciça dos homens brancos e de sua cultura, quantos índios ainda conseguem viver de forma puramente natural, como seus ancestrais, como imagina a maioria da população brasileira? [Campo Grande News via Gizmodo]

N.E.: Após alguns comentários gerados por mal entendidos é bom ressaltar que a reportagem não disse em momento algum que os índios não tem direito ao acesso à tecnologia ou que devessem se manter como viviam seus ancestrais há 500 anos. A matéria tem o cunho de levantar a discussão sobre como a imensa maioria da população vê os índios e como, na realidade, eles vivem hoje, membros integrados da sociedade brasileira, e não mais isolados e autosuficientes.

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 é o criador do eco4planet, formado em Administração de Empresas pela USP, desenvolvedor e gamer. Otimista nato, calmo por natureza, acredita que informação pode mudar o mundo e que todo pequeno gesto vale a pena. Posta também no Twitter e Facebook.
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