A jovem Lorenna Villas Boas, 19 anos, ainda era pré-adolescente quando despertou o interesse pela tecnologia. Aos 13 anos, a moradora de Candeias, na região metropolitana de Salvador, ingressou no Instituto Federal da Bahia (IFBA), onde descobriu uma paixão pela robótica. Depois de participar de inúmeras competições nessa área, contudo, ela passou a estranhar o fato de ser uma das poucas mulheres (e a única negra) envolvidas nesses tipos de projetos.

Motivada a transformar essa realidade, Lorenna conquistou aos poucos o reconhecimento de sua dedicação, tornando-se embaixadora no Brasil do movimento iamtheCODE, que tem apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), e objetiva formar 1 milhão de meninas e mulheres programadoras até 2030. A estudante também integra o Mídia Étnica Lab, centro de inovação cidadã com foco na promoção da comunidade negra do Brasil, ligado ao Instituto Mídia Étnica.

Nos dias 30 e 31 de Janeiro último, a jovem baiana representou o Brasil no Fórum da Juventude do Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc), realizado em Nova York, juntamente com o brasiliense Daniel Canabrava. Ambos são ex-alunos do Programa Embaixadores da Juventude, uma iniciativa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). A dupla liderou uma atividade sobre mobilidade urbana na América Latina.

A equipe do UNODC no Brasil coordenou um dos painéis realizados paralelamente ao Fórum da Juventude. A roda de debates, liderada por Lorenna e Daniel – e mediada pelo UNODC-, abordou desafios de mobilidade urbana enfrentados pelos jovens da América Latina. Foi a primeira vez em que um escritório brasileiro de organismo da ONU coordenou uma das atividades realizadas no âmbito do Fórum.

 

Voz da juventude

“Foi uma honra poder reportar a voz da juventude brasileira neste Fórum, especialmente a da juventude feminina negra, que em muitas esferas ainda é sub-representada no nosso país”, destacou a baiana, estudante de Engenharia Elétrica na Universidade Federal da Bahia (UFBA). A jovem também já representou o Brasil durante a Intel International Science Fair 2017, em Los Angeles, e teve sua trajetória retratada na Revista Forbes em dezembro do ano passado.

Sobre sua participação no fórum, Lorenna defendeu a necessidade de mudança de cultura em relação aos automóveis. “O ideal é mais investimentos em transporte público de qualidade, que é mais amigável ao meio ambiente. Precisamos também envolver as comunidades relacionadas a essas políticas públicas, pois, muitas vezes, as pessoas que as desenvolvem não vivenciam os problemas da cidade”. A estudante também observou a importância de um transporte público de qualidade para os jovens. “A juventude é o segmento da sociedade que mais usa o transporte público, porque precisamos nos locomover diariamente para a escola, faculdade, para atividades culturais diversas, mas a gente se vê impedido de exercer esse direito. Já perdi as contas de quantas vezes eu deixei de ir a manifestações culturais simplesmente porque eu não contava com sistema de transporte público de qualidade. Isso interfere, inclusive, na nossa sensação de pertencimento, parece que a gente não pertence à cidade onde mora”, critica.

 

Embaixadores

O Programa Embaixadores da Juventude foi criado em 2016 com o propósito de capacitar jovens em contextos de vulnerabilidade social na temática dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O curso já formou mais de 70 jovens em três edições. Daniel e Lorenna participaram das edições de 2017, uma em Brasília e outra em Salvador.

via EcoD

             
Quem somos
Na mídia
Contato
Anuncie (mediakit)
Como divulgar
 
 
©2008-2024 eco4planet | Privacidade
©2008-2024 eco4planet | Privacidade