Checar a meta de reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões de gases até 2020 no Brasil parece possível, mas, conforme aponta um estudo do Observatório do Clima, o trabalho pode ficar comprometido caso seja sancionado pelo Governo Federal o Novo Código Florestal, que pode resultar na emissão de mais 26 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa, informa a Agência Brasil.
A nota da conta de que a mudança não apenas afetaria nas reduções das emissões brasileiras, mas poderia impedir o atingimento das metas.
Ontem (29) ocorreu mais uma rodada de negociação climática internacional em Cancun, no México, onde o documento analisa os impactos de duas das principais propostas do novo código para os compromissos de redução de emissões assumidos internacionalmente pelo Brasil, afirma a Info.
“Todo o esforço que o Brasil tem feito para reduzir emissões pode ser perdido se as mudanças no código forem aprovadas. O país tem se esforçado, transformou os compromissos que assumiu internacionalmente em lei, mas, paralelamente, o substitutivo pode causar impactos nessas metas”, avaliou o coordenador do Observatório do Clima, André Ferreti.
Outra crítica ao novo código está direcionada à isenção da reserva legal para agricultura familiar e o desconto de até quatro módulos fiscais para o cálculo da reserva em médias e grandes propriedades.
Para o Observatório do Clima, na melhor das hipóteses, considerando que apenas 25% da reserva legal tenha sido desmatado, o total de emissões será de 6,2 bilhões de toneladas de CO² equivalente (medida que considera todos os gases de efeito estufa).
As alterações do Código já foram aprovadas pela Comissão Especial em julho deste ano, mas precisam passar ainda pela Câmara e pelo Senado, para depois ser sancionada.
