O aproveitamento descontrolado dos recursos naturais da China está colocando em risco o maior monumento do país. De acordo com denúncias recentes, partes da Grande Muralha da China estão sendo derrubadas pelas atividades de mineração legais e ilegais realizadas nas proximidades da estrutura.

De acordo com uma reportagem do The Telegraph, é possível encontrar “enormes buracos” ao longo dos 6.500 quilômetros das muralhas e até seções inteiras de até 160 quilômetros em ruínas. De acordo com a agência de notícias estatal Xinhua, mais de 70 por cento do Muro está em ruínas.

A agência ainda informou que dezenas de pequenas minas localizadas a 200 km de Pequim ameaçam a estabilidade do muro conforme os garimpeiros cavam a uma distância de até 100 metros da parede em busca de cobre, ferro, molibdênio e níquel.

Moradores da província de Hebei contaram à Xinhua que “cerca de 700 metros da muralha, construídos durante o reinado do Imperador Wanli durante a Dinastia Ming (1573-1620), já haviam desabado, e outras paredes e até torres poderiam desmoronar se a mineração não for fiscalizada”.

Eleita uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo, a parede histórica se estende por 11 províncias chinesas e atrai milhões de turistas todos os anos, principalmente para as seções restauradas perto da capital.

Porém, segundo o Telegraph e a Reuters, é justamente nessa região que se concentra a manutenção da estrutura, deixando outras partes em abandono e péssimo estado de conservação. Segundo a Xinhua, os recursos para a manutenção da muralha são tão limitados que muitos segmentos são inspecionados apenas uma vez ao ano.

“Aprovamos uma lei para proteger a muralha em 2006, mas o monumento é tão grande que é difícil cumpri-la. E o conhecimento do público sobre seus problemas é limitado”, explicou Dong Waohui, vice-presidente da Associação da Grande Muralha, ao Telegraph. “As pessoas pensam apenas nas partes mais famosas e supõem que o restante da muralha esteja nas mesmas condições”.

 

Ação legalizada

O problema se agrava com o fato de que muitas dessas minas possuem autorização legal, o que impede os conservacionista de fazerem qualquer coisa a respeito. “A exploração dos recursos minerais fica sob jurisdição do Escritório de Recursos Naturais, então, se o departamento emite licenças para as empresas de mineração, elas podem legalmente extrair os recursos minerais dentro das áreas designadas no contrato”, afirmou à Reuters o vice-presidente da Sociedade da Grande Muralha, Dong Yaohui.

Ele ainda explicou que o escritório não leva em consideração a Grande Muralha como um fator, nem consulta a opinião do Departamento de Patrimônio Cultural já que não há regra que exija isso. “Então, isso cria a bagunça na organização”, opinou.

 

Via EcoD

             
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