Alguma vez você já se perguntou o “por que” da humanidade continuar degradando sem limites, mesmo sabendo as consequências que isso traz para o ambiente e sua própria existência? A Psicologia já!
Segundo o psicólogo e doutorando em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília, Marco Aurélio Bilibio, a Ecopsicologia se apresenta como um movimento onde ocorre uma leitura psicológica da crise ambiental, através de uma abordagem transdisciplinar sobre as relações entre o ser humano e a natureza. Recebe aportes da Psicologia Ambiental, que é um ramo da psicologia, e das demais ciências ambientais, integrando a poética e as visões tradicionais como forma de capturar as dimensões essenciais de nossas relações com o mundo natural.
Marco Aurélio acrescenta ainda que a Ecopsicologia trabalha as relações do ser humano com o ambiente em que está inserido, o planeta e com os ecosistemas dos quais faz parte. “A ideia é que, na raiz da nossa psique existe uma conexão básica com a natureza. A repressão dessa conexão na sociedade industrial nos fez perder o senso de pertencimento à natureza. Essa dissociação é parte fundamental da crise ambiental que o mundo vive.” Para a Ecopsicologia, a solução dessa crise passa não apenas pela criação de tecnologias limpas como também pela cura dessa dissociação. O conceito de “inconsciente ecológico” remete à sabedoria ancestral de povos que reconheciam o ser humano como parte de um sistema maior. Tomar consciência desse fato pode abrir espaço para estados de integração e sanidade, assim como pode ser a base ética em nossas relações com o Planeta.
Nós, seres humanos, guardamos muito profundamente nosso senso de conexão com a natureza. A questão é que a hiperurbanização nos distancia disto, gerando algo que pode-se chamar de psique urbana, fenômeno que coroa as transformações trazidas pela sociedade industrial. A psique urbana hiperestimulada, que agora está aprendendo um “modo digital” de existir, está desenvolvendo novas habilidades se comparada com épocas anteriores, mas está igualmente fortalecendo a atrofia desse senso de conexão com o mundo natural. Não é essa uma dimensão importante da crise ambiental? Em outras palavras, não há uma dimensão subjetiva na manutenção e até na origem dela?
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Esse conteúdo foi disponibilizado em entrevista concedida durante Fórum realizado em São José do Rio Preto que propôs o debate da relação entre Psicologia, sustentabilidade e meio ambiente. Via CRPSP.