Plástico reciclado vira papel
Vitopaper: papel feito a partir de plástico recilado

SÃO PAULO – Sacolinhas plásticas, embalagens de iogurte e biscoitos e sobras industriais de plástico agora têm um destino mais nobre. Depois de reciclados, eles virão papel.

A tecnologia que consegue transformar qualquer plástico em papel foi desenvolvida pelo Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos em uma parceria com a empresa Vitopel, com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo.

O produto usa a tecnologia dos filmes de polipropileno biorientado, material usado em rótulos, embalagens de biscoitos, salgadinhos e na indústria gráfica. O resultado é um material resistente parecido com o papel couché, muito usado em revistas, catálogos e adesivos.

“É uma forma de dar um destino nobre aos produtos, aparentemente indesejados. Qualquer tipo de plástico pode ser transformado: embalagem biscoito, chocolate, iogurte. Até as sacolinhas plásticas e sobras industriais. Qualquer plástico pode ser usado no processo”, explica José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Vitopel.

De acordo com Roriz Coelho, o papel feito desse material tem muitas vantagens sobre o papel comum, feito a partir de celulose. “Ele é impermeável, tem uma durabilidade maior e infinitamente reciclável”, explica. “Ele também é cerca de 40% mais leve que o papel comum”.

O produto final, chamado de Vitopaper, demorou cerca de dois anos para ser desenvolvido com tecnologia exclusivamente brasileira, e teve um investimento de 4 milhões de reais. A patente mundial foi registrada no ano passado e o lançamento oficial do produto aconteceu em março. Agora, alguns livros, banners e folders já começam a ser impressos com o papel de plástico.

Na época do lançamento, o Vitopaper foi criticado pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel, que o considerou “uma lâmina de plástico, já que o papel é feito a partir de fibra de celulose. Para os críticos, Roriz Coelho afirma que não entrará em uma discussão inútil. “Nós entendemos como papel aquele produto em que você escreve, imprime, desenha. Isso é possível no Vitopaper. E não é preciso nenhuma tinta ou caneta especial”, diz Roriz Coelho.

O produto, no entanto, ainda não tem data definida para entrar no mercado de varejo. “O que estamos fazendo é uma produção mais industrial. Hoje vendemos apenas para o mercado gráfico, editorial, promocional, de embalagens e de etiquetas”, afirma.

Mas já há planos de exportação. “Exportaremos. Sem dúvida. Ou o produto ou a tecnologia, por meio de alianças no exterior”.

O preço, como o de todos os outros produtos, dependerá da demanda. “Por enquanto está mais alto que o papel comum. Mas a matéria prima é barata. A tecnologia é nossa. Assim que a procura aumentar, o preço cai”, diz.

*Via Info.

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 é o criador do eco4planet, formado em Administração de Empresas pela USP, desenvolvedor e gamer. Otimista nato, calmo por natureza, acredita que informação pode mudar o mundo e que todo pequeno gesto vale a pena. Posta também no Twitter e Facebook.
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