Sala São Paulo (Estação Júlio Prestes) – Foto por blogdosirmaos

A Sala São Paulo, casa da Orquestra Sinfônica do Estado e um dos mais belos edifícios da capital paulista, trocou seu sistema de iluminação externa há pouco menos de um ano. Os contornos da antiga estação de trem no centro da cidade agora são realçados por uma nova tecnologia, mais econômica, duradoura e versátil que as tradicionais lâmpadas incandescentes. Trata-se da iluminação com LEDs, sigla em inglês para diodos emissores de luz.

Os LEDs não são propriamente uma novidade. As primeiras referências às propriedades luminosas de certos semicondutores datam do começo do século passado. Depois de um intervalo de décadas, nos anos 60 surgiram as primeiras aplicações práticas para a tecnologia, que passou a ser restrita a aplicações industriais e alguns poucos eletroeletrônicos. O avanço decisivo viria somente em 1995: naquele ano, viu-se pela primeira vez um LED capaz de emitir luz branca. A descoberta abriu caminho para tornar obsoleta a lâmpada incandescente, inventada por Thomas Edison 161 anos atrás.

A Sala São Paulo calcula que o novo sistema, composto de 2 400 luminárias e 200 conjuntos de lâmpadas externas de LEDs, consuma 75% menos energia elétrica que o anterior. A energia elétrica economizada equivale ao consumo de 950 residências ao longo de um ano. A diferença não está somente na conta de luz. A tecnologia de LEDs tem vida útil estimada em 50 000 horas, ante apenas 1 000 horas das lâmpadas incandescentes.

O conjunto formado por reator, lâmpada e luminária ainda é em média 20 vezes mais caro que os equivalentes da antiga tecnologia, mas a diferença se estreita a cada ano. Como os processadores de computador, os LEDs têm dobrado a capacidade luminosa mais ou menos a cada dois anos, e os preços têm caído pela metade.

Hoje, apenas 1,9% dos 79,5 bilhões de dólares movimentados mundialmente no mercado de iluminação fica com os LEDs. Mas em dez anos a expectativa é que essa cifra cresça dramaticamente. “Em pouco tempo, teremos um novo cenário no mercado de iluminação”, diz Nadarajah Narendran, diretor de pesquisa do Lighting Research Center, instituto americano especializado em iluminação.

O preço das lâmpadas convencionais de LED ainda deve manter a tecnologia longe das residências. Mas hotéis, redes varejistas e até mesmo a indústria automotiva já estão aderindo em peso. Um hotel que troque todas as suas lâmpadas pode recuperar o investimento em sete meses. Além do consumo mais baixo, as lâmpadas esquentam menos, o que significa menos carga no ar-condicionado.

Quem também se rendeu foi a administração pública. Segundo o vice-presidente de iluminação da Philips Brasil, Yoon Young Kim, 20% dos monumentos do mundo já são iluminados com o novo sistema. Os LEDs exigem menos manutenção, e isso representa uma grande economia, pois muitas vezes os pontos de luz ficam em locais de difícil acesso.

As novas lâmpadas também andam de mãos dadas com os projetos de energia alternativa. Na Austrália, na China, na Europa e nos Estados Unidos existem incentivos formais à adoção de fontes de iluminação mais econômicas. A União Europeia decidiu criar campanhas para que as lâmpadas incandescentes sumam do mercado até 2012, depois de constatar que elas são responsáveis por 77% do consumo doméstico de energia elétrica. Inicialmente elas devem ser substituídas pelas fluorescentes compactas, mas no longo prazo os LEDs devem ser a tecnologia-padrão.

Nos Estados Unidos, o objetivo é fazer com que as novas luzes gerem uma economia de 280 bilhões de dólares nos próximos 20 anos. Até mesmo o Pentágono anunciou a adesão aos LEDs, em nome da causa verde. No espaço em que está situado o Departamento de Defesa dos Estados Unidos serão instalados mais de 4 000 conjuntos de LEDs. E a inovação não ficará restrita a países ricos. No Quênia, a alemã Osram está substituindo luminárias de querosene, em muitos locais a única fonte de luz disponível, por um sistema que combina painéis solares, baterias e lâmpadas de LED. Além do custo mais baixo no longo prazo, a empresa calcula que seja evitado o lançamento de 67 toneladas de CO2 na atmosfera a cada ano.

Os desafios técnicos, agora, se referem à potência das lâmpadas. Calcula-se que em três anos a eficiência energética do LED deve superar até mesmo a das fluorescentes compactas. “Os 100 lúmens [unidade de medida de luz] por watt que se consegue hoje devem saltar para 200 em três ou quatro anos”, diz Vinicius Petroni, gerente de vendas da GE Consumidores e Indústria. Quando esse desempenho aumentar, a participação do LED no mercado brasileiro de iluminação (sem contar aqueles usados em celulares e televisores), que é de cerca de 700 milhões de dólares, passará dos 20 milhões de dólares de hoje para 80 milhões em cinco anos. As incandescentes estão prestes a virar peça de museu.

Via: Info On-line

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 é o criador do eco4planet, formado em Administração de Empresas pela USP, desenvolvedor e gamer. Otimista nato, calmo por natureza, acredita que informação pode mudar o mundo e que todo pequeno gesto vale a pena. Posta também no Twitter e Facebook.
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