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Relatório apresenta uma das piores previsões sobre o aquecimento global até o momento/Foto: qnr

Um relatório desenvolvido pelo Centro Hadley, principal entidade de pesquisas sobre mudanças climáticas da Grã-Bretanha alertou para a possibilidade de um aumento de 4ºC na temperatura do planeta em no máximo 50 anos, caso as emissões de dióxido de carbono (CO2) não sofram reduções consideráveis em um período curto de tempo. O estudo foi divulgado nesta segunda-feira, 28 de setembro, durante um evento sobre o tema em Oxford, na Inglaterra.

De acordo com o documento financiado pelo governo britânico, em um cenário de altas emissões, o derretimento de neve e gelo no Ártico poderia elevar a absorção de raios solares e elevar a temperatura ártica em até 15,2ºC. Secas também atingiriam severamente o Oeste e Sul da África, afetando a disponibilidade de água, segurança alimentar e saúde da população. O padrão das chuvas tende a ser afetado na Índia – onde o nível de precipitações poderia aumentar 20% ou até mais, o que faria piorar o risco de enchentes.

Coincidência ou não, a divulgação do trabalho científico vem a tona na data que marca o primeiro dia da 4ª Rodada de Negociações Sobre o Acordo Global do Clima, também chamada de Cúpula de Bangcoc, realizada na capital da Tailândia até 9 de outubro. Representantes dos 192 países-membros das Nações Unidas estão no país asiático no intuito de adiantarem pontos relevantes que serão discutidos durante a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-15), em dezembro, na Dinamarca.

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Há a possibilidade de alteração nos padrões de chuvas na Índia/Foto: Aditya Grandhi

O estudo já é considerado como o alerta mais grave já divulgado sobre o aquecimento global desde que o Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC), órgão científico da ONU, estimou em 2007 que a temperatura do planeta pode subir entre 1,8ºC e 4ºC até o fim deste século. Ao utilizar dados baseados em análises sobre o ciclo do carbono, além de observar as emissões atualizadas de países emergentes, como China e Índia, o relatório também reduz pela metade o tempo disponível para ações mitigadoras de tais impactos.

Esperança

Mas segundo os próprios cientistas que elaboraram o estudo, ainda há tempo de evitar o pior cenário se as emissões de carbono começarem a baixar de nível dentro da próxima década. Até o momento, representantes dos governos mundiais reiteram a importância de se evitar que a temperatura global alcance os 2ºC nos próximos anos. Atualmente, a média do planeta é inferior a 0,80ºC.

Quando o assunto diz respeito às mudanças climáticas, um dos principais pontos discutidos hoje é o financiamento de tecnologias limpas oriundo dos países desenvolvidos, que teriam como destino as nações emergentes, dotadas de maior dificuldade para arcar com esses investimentos. A União Europeia e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, concordam que o valor necessário para este fim é de US$ 100 bilhões anuais. Já o Banco Mundial estima que o custo deva ser de US$ 400 bilhões durante as próximas duas décadas (para a mitigação), e de US$ 75 milhões para que eles se adaptem às secas, inundações e ondas de calor.

Bangcoc

A 4ª Cúpula de Bangcoc é realizada depois de uma série de importantes encontros de chefes de Estado, como a do G-20 e a conferência de Nova York. Para a rede ambientalista WWF Brasil, o evento é de fundamental importância para o futuro do planeta, já que é um dos últimos antes da COP-15. “Se os delegados e negociadores não acelerarem o ritmo em Bangcoc, serão pequenas as chances de que um acordo global de clima seja assinado em dezembro na 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima”, afirma o texto no site da ONG.

“Além disso, é preciso chegar a um denominador comum sobre temas como redução de emissões e medidas de financiamento e de adaptação. Em Bangcoc, a sociedade civil vai pressionar os delegados para que se tenha em dezembro um acordo global de clima justo, ambicioso e eficiente”, completa a nota dos ativistas, que falam em “hora de agir conforme os discursos”.

*Com informações da BBC Brasil e do WWF Brasil. Via EcoDesenvolvimento.

             
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