Óleo de palma deverá ser a matéria-prima para a produção do biodiesel
Óleo de palma será a matéria-prima da produção de biodiesel/Foto: oneVillage Initiative

A mineradora Vale anunciou na quarta-feira, 24 de junho, um projeto para produzir 160 mil toneladas de biodiesel por ano, a partir do óleo de palma. O objetivo é suprir totalmente a demanda da companhia para abastecer suas locomotivas e máquinas pesadas no Norte do país com o chamado biodiesel B20 (diesel com adição de 20% de biodiesel), a partir de 2014.

O combustível será produzido por um consórcio formado pela Vale e pela empresa Biopalma Amazônia, no centro-norte do estado do Pará. O investimento será de US$ 500 milhões (cerca de R$ 1 bilhão), dos quais US$ 350 milhões (cerca de R$ 700 milhões) serão da mineradora.

Em 2008, o consumo de diesel da Vale na Região Norte foi de 336 milhões de litros, dos quais 7 milhões foram de biodiesel. Com o novo projeto, a empresa espera economizar até US$ 150 milhões por ano e deixar de emitir 12 milhões de toneladas de dióxido de carbono (um dos gases do efeito estufa), o equivalente à emissão de 200 mil carros.

Para o diretor executivo de Logística e Sustentabilidade da Vale, Eduardo Bartolomeo, o projeto é estratégico em um momento de crise econômica internacional. “É um tripé social, ambiental e econômico. Esse projeto mostra que, num momento de crise, em que todo mundo está cortando e priorizando, isso é estratégico para a nossa sustentabilidade”, afirmou.

Vale pretende produzir biodiesel para suprir demanda na região Norte
Vale pretende suprir sua demanda energética na região Norte/Foto: _caffiend

O projeto espera gerar 6 mil empregos diretos e beneficiar duas mil famílias de pequenos agricultores da região, uma vez que parte do plantio da palma será feito em terras da Biopalma Amazônia e parte em propriedades desses agricultores.

Segundo a Vale, não haverá desmatamento da Floresta Amazônica e o plantio será feito em áreas degradadas de cinco municípios: Moju, Tomé-Açu, Acará, Concórdia e Abaetetuba. Para a plantação da palma, serão destinados 60 mil hectares. Setenta mil hectares serão reflorestados.

“Essa região é caracterizada por coisas marcantes. Provavelmente é a área mais devastada da floresta úmida amazônica. É a região mais agredida e também a de maior densidade demográfica da Amazônia”, explicou o diretor-presidente da Biopalma, Silvio Maia.

A palma, uma espécie de palmeira, foi escolhida para a produção de biodiesel por ser considerada mais viável do que a soja e a mamona, por exemplo. As seis usinas que produzirão o combustível terão equipamentos produzidos na Malásia, país do Sudeste Asiático com tradição na produção de óleo de palma.

Para as operações no Sul do Brasil, a Vale pretende usar gás natural. Por isso, está em teste um modelo de locomotiva que funciona à base de diesel com 50% a 70% de gás natural. Os testes começaram a ser feitos na Estrada de Ferro Vitória-Minas. A expectativa é que o novo biocombustível possa ser usado em escala comercial nos próximos anos.

Também está em fase de estudos a produção de biodiesel a partir de pinhão-manso, em Minas Gerais.

*Via EcoDesenvolvimento.

             
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