Escombros de um navio enferrujado interrompem uma extensa praia localizada na costa gaúcha brasileira – a aproximadamente 16 quilômetros de seu centro, em direção a Chuí. Conhecido como parte do cemitério dos navios, o local é hoje um importante ponto de atrações turísticas para visitantes da região, por oferecer tranquilidade e, também, atividades de esportes aquáticos como surf.

O naufrágio aconteceu em 6 de junho de 1976, três dias após o navio Cargueiro Altair sair do porto de São Pedro, na Argentina, em direção ao Rio de Janeiro e, depois, a Natal, no Rio Grande do Norte, seu destino final. A embarcação, que carregava 3 mil toneladas de trigo, encontrou intensas tempestades e ventos fortes entre o Uruguai e a costa gaúcha brasileira, dificultando a visibilidade do comandante Raymundo Bacellar do Carmo.

Depois de entrar muita água do mar no tanque de lastro (que garante a estabilidade do navio) e, também, um pouco no local onde estão localizadas as máquinas, o comandante decidiu direcionar a embarcação em sentido da praia mais próxima, como forma de proteger sua tripulação, salvando suas vidas. A parada aconteceu às 13 horas e 30 minutos do dia seis de junho de 1976 na Praia do Cassino, considerada a mais extensa da América Latina.

Nas horas seguintes, a chuva continuou intensa, e os tripulantes tentaram pedir socorro pelo rádio – porém ficaram sem energia e perderam a comunicação. Na manhã do dia 7, o comandante Raymundo orientou os tripulantes a abandonarem o navio e tentarem utilizar o bote no mar para sair do local, contudo uma onda muito grande derrubou a pequena embarcação, impossibilitando os planos de fuga da tripulação.

Quem realizou o resgate foram os pescadores da Praia do Cassino – que salvaram a vida dos 21 tripulantes que naufragaram com o navio Cargueiro Altair. Os marujos foram encaminhados a hotéis da região e, na época, não comentaram com a imprensa sobre o ocorrido. A Companhia Linhas Brasileiras de Navegação (Libra), proprietária da embarcação, avaliou que não compensava retirar o navio do local, que permanece lá até hoje.   

O que irá acontecer com o Altair

As ruínas do navio têm sofrido com a ação do tempo e com as variações de maré, e muitos pedaços já foram perdidos ao longo desses 45 anos. Só para se ter uma ideia, em 1999 ainda existiam seis lastros da embarcação no local – há cinco anos havia apenas dois e, hoje, há apenas um deles.

Além disso, praticamente todo o casco está enterrado na areia da praia – já nem é possível mais colher os mexilhões que costumavam se prender na embarcação. Algumas pessoas acreditam que o navio, que é um importante ícone da Praia do Cassino, irá sumir em, no máximo, 20 anos – outras são menos otimistas, e acham que em cinco anos já não restará mais nenhum resquício dele na praia.

Cassino: a maior praia da América Latina

Muitas pessoas não conhecem a origem do nome da Praia do Cassino e os motivos que fizeram com que ela ficasse conhecida assim. Na verdade, com o apoio do governo do estado e de investidores, o diretor da Companhia de Bondes Suburbanos da Mangueira desapropriou terras locais, com o objetivo de inaugurar um balneário similar ao de países da Europa e do próprio Uruguai.

Em 26 de janeiro de 1890, o projeto finalmente foi inaugurado. O espaço, que era cortado por trilhos de uma ferrovia, possuía três quilômetros ao longo da costa e dois quilômetros de largura. Além disso, existia um grande hotel com 136 quartos, salões para festas e, obviamente, salas para jogos de cassinos – com apostas similares às que acontecem em sites como casino.netbet.com.

Mas não foi desde sempre que o local ficou conhecido como Praia do Cassino – antes, recebia o nome Villa Sequeira, como forma de homenagear seu fundador. Contudo, os jogos de cassino que aconteciam no hotel acabaram caracterizando a região, inclusive por atrair muitos empresários, fazendo com que ela ficasse finalmente conhecida como Praia do Cassino.  

Impactos no meio ambiente

Um dos principais problemas ambientais mais enfrentados pela Praia do Cassino é o grande depósito de lixo – principalmente em épocas de turismo, no verão, com o aumento dos frequentadores do local. Só para se ter uma ideia, em alta temporada, a prefeitura retira diversas caçambas de resíduos – aproximadamente seis. Contudo, moradores locais também depositam muito lixo de maneira irresponsável, dificultando ainda mais o controle da poluição. O grande problema é que o acúmulo de lixo tem afetado significativamente a vida marinha, ocasionando morte de animais e reduzindo o equilíbrio ambiental.

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