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O novo bairro será construído dentro dos padrões da sustentabilidade / Fotos: Divulgação

A capital do país está prestes a ganhar um bairro totalmente sustentável, pelo menos é o que afirmam os responsáveis pelo Noroeste, o “bairro verde” de Brasília. Os primeiros lotes do empreendimento já começaram a ser vendidos e prometem construções ecológicas, sistema de transporte alternativo, eficiência energética entre outras medidas que prezam pela sustentabilidade. Apesar da boa proposta, o projeto já rendeu muitas críticas de profissionais da área e ambientalistas.

Ao todo serão 20 quadras, distribuídas em 11 lotes. Ao final da ocupação do bairro, previsto para daqui a 15 anos, os moradores conviverão com 220 prédios residenciais e 140 comerciais. Essas construções utilizarão sistemas inteligentes de energia elétrica, como aquecimento solar, redes de captação de água pluvial e esgoto e reutilização dessa água para abastecimento das lagoas e irrigação das áreas verdes dos prédios.

Os condomínios também terão central de gás para abastecimento das residências, segregação do lixo seco e orgânico e um sistema de coleta automatizado, que exclui a circulação de caminhões de lixo dentro da área, diminuindo a poluição sonora e o tráfego local.

O projeto pretende ainda incentivar a diminuição do fluxo de carros por meio da construção de ciclovia e uso do transporte público nas ruas da região. “O Noroeste será o bairro mais moderno de Brasília”, afirma o presidente da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), Antonio Gomes.

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O Noroeste precisará de licenças ambientais para ser construído, já que se localiza dentro de uma Área de Proteção Ambiental.

APA

O projeto da companhia pública, que gerencia a venda de terrenos para construção em Brasília, deverá ser rígido quanto às construções na área. A razão é legal, já que o terreno de quatro milhões de metros quadrados fica na Área de Preservação Ambiental (APA) do Planalto Central.

O Noroeste ainda estará localizado próximo a reservas ambientais como o Parque da Água Mineral, o que obriga os responsáveis a desenvolveem um projeto que mantenha as características naturais da área. Para viabilizar a construção do bairro, o governo terá que criar uma Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) entre o Noroeste e o Eixo Monumental.

Licenças

O projeto já conta com a licença de instalação concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) do Distrito Federal. Com isso a construtora já pode contratar empresas para começar as obras de infra-estrutura do bairro.

As ações, contudo, deverão estar dentro das exigências ambientais do órgão, que promete monitorar os estudos e projetos de infra-estrutura de modo a minimizar os impactos no meio ambiente, bem como as áreas e planos de preservação que deverão ser criados para conservar a fauna e a flora do Cerrado.

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O bairro terá coletor solar, sistema de recolhimento de lixo por sucção, gás natural e suporte para captação da água de chuva.

Outro problema que os responsáveis pelo bairro terão que lidar é com a ocupação de dez famílias indígena na região. Os moradores lutam pela destinação de dois hectares da terra há cerca de 30 anos. O projeto garante destinar uma área aos índios, mas os limites desse terreno ainda é motivo de discussão. A superintendente do Ibama, Maria Silva Rossi, afirmou que o órgão ainda aguarda um pronunciamento da Funai para incluir as necessidades indígenas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

O lado B

Apesar do que foi prometido, muitos especialistas criticaram a criação do bairro. Em entrevista concedida ao jornal O Globo, o professor de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), Luiz Alberto Gouvêa, afirmou que mesmo que não seja agressivo ao meio ambiente, o projeto pode causar impactos sobre a cidade.

“Brasília é uma cidade tombada como Patrimônio da Humanidade. Você tem uma cidade singular que requer muito cuidado na hora de fazer qualquer expansão. É preciso estudar essa área. Não apenas do ponto de vista ecológico”, diz.

O professor do curso de graduação de arquitetura da Universidade de Brasília (UNB), Frederico Flósculo, concorda. Em entrevista também ao O Globo, ele criticou o fato de o projeto não ter feito uma pré-análise de impacto ambiental nem de manejo ecológico. “Esse setor será construído em cima de um dos maiores aquíferos, que é uma grande reserva de água potável, e inclui uma trama rica de lençóis freáticos. Deve haver cuidado maior com essas áreas”, diz.

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Outras questões, como a demarcação de um terreno indígena, terão que ser resolvidas pelos responsáveis pelo projeto.

Para poucos

Os 40 mil moradores previstos para a ocupação do bairro deverão ter mais do que boas intenções para morar no Noroeste. O metro quadrado da região irá custar entre R$ 8 e R$10 mil, assim, quem quiser comprar um apartamento de 100 metros quadrados terá que desembolsar até R$ 1 milhão.

*Via EcoDesenvolvimento.

             
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