Não tem jeito. Se queremos reduzir a emissão de poluentes no trânsito, sair dos combustíveis é a única opção, mas, por outro lado, chegar diretamente aos elétricos é um salto que não vem se mostrando possível no curto prazo. A falta de infraestrutura energética dos países, insuficiência de pontos de recarga rápida, o preço dos veículos e mesmo a autonomia dos carros ainda impede um avanço maior da tecnologia.
Enquanto isso, uma solução intermediária vem ganhando espaço e atenção dos consumidores: os veículos híbridos.
No NAIAS (ou simplesmente “Salão de Detroit”), pudemos conhecer diversos veículos nesta categoria, dentre eles dois criados pela Ford: o novo Fusion Hybrid e o C-MAX Hybrid. Apesar de estarem em diferentes categorias, ambos apresentam um motor 2.0 combinado com o motor elétrico resultando em respeitáveis 188 cavalos de potência, e sem perder na economia – são cerca de 20Km/L (que podem ser ainda maiores a depender do estilo de direção do motorista) contra 9 Km/L na cidade e 14 Km/L na estrada de um modelo tradicional.
Tomada é novidade…
Primeiro separemos dois tipos de veículos híbridos, os comuns e os plug-in. Ambos possuem um motor a combustão e outro elétrico, mas os primeiros não precisam ser ligados na tomada, enquanto o segundo grupo dá ao motorista esta opção para que possa completar a carga das baterias a qualquer momento. Apesar de chegarem a uma cavalaria maior e permitirem velocidades mais altas usando apenas o motor elétrico, os híbridos plug-in ainda são novidade e – com preço maior – estão ganhando mercado aos poucos.
… e o carro recarrega sozinho …
Para manter as baterias carregadas os veículos híbridos aproveitam a energia gerada pela frenagem (assim como o KERS da Fórmula 1), e também a gerada pelo motor a combustão quando este precisa ser acionado. O acionamento do motor tradicional ocorre em uma aceleração mais abrupta ou acima de determinada velocidade – no caso dos dois veículos da Ford isso se dá ao passar dos 100Km/h, um aumento em relação aos 76Km/h da geração anterior graças, entre outros fatores, à substituição das baterias de NiMH por baterias de íons de lítio, o que também permitiu maior carga em menor quantidade e peso de baterias, e uma vida útil prolongada. Note, ainda, que na versão plug-in o motor elétrico consegue mover o carro a até 136 Km/h, e você não pretende passar disso, certo?
… podendo andar por muito tempo …
Combinadas as duas fontes de energia, os veículos prometem mais de 1.000 Km de autonomia, um feito realmente considerável já que carros tradicionais costumam alcançar 400 a 500 Km longe do posto, enquanto os 100% elétricos tem autonomia na casa dos 100 a 300Km.
… em um silêncio impressionante …
Tive a oportunidade de dirigir um Ford Fusion Hybrid e confirmar o que já havia lido a respeito: o silêncio do veículo é impressionante, dando a sensação de que o carro está desligado, descendo uma ladeira “na banguela”, a menos que você pise mais fundo para acionar o motor tradicional. É realmente diferente e agradável.
… sendo eco também em outros detalhes
Se a economia de combustível graças a combinação com o motor elétrico já é um ótimo passo, soma-se o uso de estofados de material reciclável e cujo assento/encosto de cabeça inclui espuma de poliuretano de base biológica (gerado a partir de óleo de soja ou outras plantas). Além disso, o motor se desliga automaticamente quando o veículo para (no semáforo, por exemplo), religando ao ser acelerado de forma imperceptível ao motorista, melhorando a eficiência.
Falaremos mais sobre híbridos, elétricos, novidades de diversas marcas no Salão de Detroit, expectativas para o Brasil e outras curiosidades nas próximas matérias – fique de olho!
O eco4planet viajou para Detroit à convite da Ford e descobriu que temperaturas negativas podem ser até aceitáveis, desde que não vente. O vento, este é o problema.