Nos próximos meses, as ruas de São Paulo servirão de pista de teste para uma minifrota de ônibus especiais. Eles vão rodar com um combustível inédito no País e menos poluente do que os de origem fóssil comuns: o diesel de cana-de-açúcar.
Desenvolvido pela subsidiária brasileira da empresa americana Amyris, o novo derivado é praticamente livre de enxofre e chega aos tanques dos veículos numa proporção inicial de 10% misturada ao diesel derivado do petróleo.
O primeiro ônibus a utilizar a solução foi abastecido no dia 20 durante cerimônia no terminal da empresa de transporte Viação Santa Brígida. Ao todo, três veículos movidos a mistura deverão percorrer regiões nevrálgicas da cidade, com altos índices de congestionamento e poluição.
Depois, eles terão suas performances comparadas a outros três veículos que realizam o mesmo percurso, abastecidos, entretanto, com o diesel comum. Ambas as frotas possuem motores iguais.
Se bem sucedido no testdrive, que vai até dezembro, sob monitoramento da SPTrans (Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo), o novo biocombustível poderá ser usado por outros tipos de veículos, como caminhões e utilitários.
Estima-se que a redução de gases de efeito estufa pelo diesel de cana seja superior a 90% quando comparado ao derivado fóssil – média bem acima da alcançada por outros biocombustíveis em uso no mundo. O etanol da cana comercializado no Brasil, por exemplo, reduz em cerca de 80% as emissões; e o etanol de milho, utilizado nos EUA, apresenta redução de apenas 30%.
Os testes iniciais com o novo diesel foram feitos pela Mercedes-Benz, na empresa da fábrica em São Bernardo do Campo (SP). “Comparado ao diesel fóssil, mesmo em uma proporção tão pequena de 10%, o diesel produzido a partir da cana emite 9% menos material particulado na atmosfera, que é altamente prejudicial à saúde “, afirma o vice-presidente de ônibus para a América Latina da Mercedes-Benz, Ricardo Silva.
*Via Info.