O eco4planet foi a Salvador e a Camaçari na Bahia neste mês a convite da Ford para conhecer o Projeto Axé que, entre outras coisas, conta com oficinas de moda sustentável para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Além do apoio direto à ONG, a Ford realiza a doação dos uniformes em desuso da montadora que antes eram incinerados e agora, após um processo de higienização, são transformados em Mochilas Sustentáveis! A costura fica a cargo das mulheres do “Feito Por Elas” e a criação de estampas cabe às crianças e adolescentes do Projeto Axé no Pelourinho.
A parceria com a Ford surgiu quando a montadora se comprometeu a doar dez mil mochilas para crianças de escolas públicas da região de Camaçari, o que fez com que se pensasse em uma forma sustentável e humana de fazer isso. Foi aí que surgiu a ideia de unir as duas coisas e desde então o projeto vem mudando a vida de muita gente.
A moda sustentável e a reutilização de tecidos e materiais têxteis ainda é algo pouco comentado uma vez que vem se tornando mais e mais barata a produção destes materiais em países com mão de obra semiescrava e muitas vezes infantil.
Porém, com todas as possibilidades de reutilização, redução de impacto ambiental, redução de custo e transformação social, a moda sustentável tem tomado forma e, felizmente, ganhado espaço no mundo.
Dona Maria Rosa, 68 anos, é a coordenadora do grupo de mulheres de Camaçari. Ela já ajudou a capacitar mais de 100 mulheres baianas a não apenas terem um novo ofício, mas também uma nova visão do mundo: olhar um pedaço de tecido velho e saber transformá-lo em renda.
A maioria das mulheres que chegam ao projeto estão vulneráveis, vindas de ambientes muitas vezes problemáticos e sem esperança de um futuro melhor. Segundo Dona Maria Rosa, o projeto vai além da capacitação profissional, o projeto visa o resgate emocional, da autoestima e da confiança que essas mulheres haviam perdido.
Conversamos com várias mulheres do projeto, todas muito orgulhosas de seus feitos e trajetórias de vida, em especial a Thaize, que conversou conosco e relatou sua experiência:
O projeto mudou minha forma de ver o mundo, num momento de fragilidade, sem conseguir voltar ao mercado de trabalho. Hoje faço minhas próprias roupas e minha renda, vejo uma perna de calça velha e já penso que aquilo ali pode virar uma bolsa.