SÃO PAULO – Uma empresa americana está testando uma nova forma de fazer biocombustível com algas: transformando em óleo quem delas se alimenta.
De acordo com a LiveFuels, uma empresa com sede na Califórnia, nos Estados Unidos, as duas maiores dificuldades na produção de grandes quantidades de óleo de algas são: colher a alga e processar o óleo já que as bombas e equipamentos para essas duas ações consomem muita energia – o que deixaria a produção menos limpa.
Por pelo menos um ponto de vista, a solução adotada pela LiveFuels pode ser considerada ainda menos limpa. Pequenos peixes serão usados para fazer a colheita das algas e transformá-las em óleo durante o seu processo digestório. Depois de bem alimentados, os peixinhos serão capturados e processados de uma maneira semelhante àquela que extrai óleo de baleia, com a diferença de algumas centenas de centímetros no tamanho do animal.
O óleo extraído é altamente nutritivo, como aquele vendido em cápsulas com o objetivo de complementar dietas com poucas vitaminas, e poderia ser usado também para este fim – mas seu destino final deve mesmo ser o tanque do carro. Além disso, as pequenas carcaças são fontes de proteína e fosfato, que poderiam ser usadas em rações e fertilizantes.
“As espécies de peixes usadas no projeto ainda não foram determinadas”, explica David Briggs, o porta-voz da empresa. “Existem muitas espécies de peixes que se alimentam de algas. A LiveFuels está determinando qual ou quais peixes poderiam otimizar a produção de biomassa. Mas é claro que isso também dependerá de fatores regulatórios e ambientais”, afirmou.
Ainda segundo Briggs, o processo não produz carbono. Quando perguntado sobre a possibilidade de sociedades de proteção aos animais levantarem bandeiras contra a empresa, Briggs disse que essas organizações deveriam opor-se à piscicultura convencional, já que ela é bem mais prejudicial ao meio ambiente.
“O processo da LiveFuels é sustentável e natural. Os peixes usados nascerão e crescerão em cativeiro”, disse Briggs.
Por enquanto, a LiveFuels está em testes. Em uma área de 36 mil metros quadrados, no Texas, onde a empresa cultiva algas desde 2006, são testados diversas variedades de peixes para determinar o melhor tipo e a melhor fase da vida para abatê-lo. O objetivo, no entanto, é levar a criação mar a dentro – especialmente em lugares com proliferação de algas.
A LiveFues já conseguiu arrecadar 10 milhões de dólares em apenas dois anos. Grande parte desse dinheiro foi investido em pesquisa e desenvolvimento. Antes de começar a produzir o biocombustível, a empresa quer reduzir os custos e, assim, o preço do seu produto final.
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*Via Info.