Para um carro andar 1.6 km movido a etanol, é preciso utilizar até 125 galões de água/Foto: cobalt123
O atual crescimento da produção dos biocombustíveis pode ter uma repercussão econômica e ambiental em longo prazo, com provável destaque para a já existente tensão entre energia e água. Quem afirma isso é o professor da Universidade Rice, Pedro Alvarez, que liderou um estudo narrando os impactos dos biocombustíveis na qualidade e quantidade de água disponível no planeta.
O “The Water Footprint of Biofuels: A Drink or Drive Issue?” mostra que é preciso cerca de 50 galões de água para cultivar milhos e gerar etanol suficiente para que um carro percorra 1.6 km. O estudo revela ainda que esse nível varia de local para local. Enquanto que no Estado americano de Iowa é preciso 20 galões de água, no Texas é preciso utilizar 125 galões para produzir a mesma quantidade de biocombustível.
A pesquisa buscou não apenas revelar como a produção desses combustíveis poderia influencia na disponibilidade, mas também na qualidade da água. Os estudiosos informaram então que o cultivo dessas culturas requer uma grande quantidade de água e que a poluição nesse caso é exacerbada graças à drenagem agrícola contendo adubos, pesticidas e outros sedimentos.
Além do uso excessivo de água, o cultivo pode contaminá-la com fertilizantes e agrotóxicos.
O estudo analisou a quantidade de água necessária para desenvolver culturas específicas utilizadas na produção de biocombustíveis e identificou que algumas plantações são mais eficientes, fornecendo mais combustíveis enquanto utilizam menos terra, fertilizantes e água. Isso incluía opções como switchgrass e o etanol celulósico.
Para minimizar esses impactos, os autores do estudo sugerem que haja uma avaliação do local antes do inicio do plantio de modo que as culturas possam ser escolhidas com base na sua adequação às condições climáticas locais. Isso faria com que as plantações pudessem ser sustentadas apenas pelas chuvas locais, evitando o uso da irrigação.
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*Via EcoDesenvolvimento.
