Com as novas políticas da Agência Nacional de Águas (ANA), indústrias terão de investir em reuso e novos tipos de captação.

As atividades industriais no Brasil respondem por aproximadamente 20% do consumo de água do país, sendo que pelo menos 10% desse total são extraídos diretamente de corpos d’água (rios, represas ou reservatórios artificiais).

Com as novas políticas de outorga e cobrança pelo uso da água, que vêm sendo implementadas pela Agência Nacional de Águas (ANA), a indústria será duplamente penalizada, tanto em termos de captação de água quanto em relação ao lançamento de efluentes. O reuso e a reciclagem na indústria passam, agora, a ser vistos como ferramentas de gestão fundamentais para a sustentabilidade da produção industrial.

O custo baixíssimo da água nas cidades, pelo menos para os clientes residenciais, inviabiliza qualquer aproveitamento econômico da água da chuva para beber, por exemplo. Já para as indústrias, que pagam bem mais pela água (cerca de 50%, dependendo o Estado), um sistema de captação torna-se, sim, viável. E até econômico no médio prazo – podendo significar até 70% de diferença na conta mensal, caso de algumas empresas no Sudeste que investem no reuso, como a paranaense Bulbox e a paulista Magneti Marelli.

As águas de chuva são encaradas pela legislação brasileira como esgoto, pois, usualmente, vão dos telhados e dos pisos para as bocas de lobo, carregando todo tipo de impurezas para um córrego e, daí, para um rio – rio que, por sua vez, é fonte de água para as cidades.

Recente pesquisa da Universidade da Malásia deixou claro que, após o início da chuva, somente as primeiras águas apresentam índices importantes de ácidos, microorganismos e outros poluentes atmosféricos – e mesmo esta pode ser tratada. Toda a água que se segue é absolutamente destilada e pode ser coletada em reservatórios fechados.

Para uso humano, inclusive potável, essa água deve sofrer, evidentemente, filtração e cloração – processos simplíssimos e baratos. Mas, em resumo, a água de chuva sofre uma destilação natural muito eficiente e gratuita. Ou seja: em países como o Brasil, com tantas cidades alimentadas por chuvas durante o ano inteiro, essa gestão de recursos por parte das empresas seria mais que bem-vinda.

Num cenário global de escassez de água – que já estamos vivendo -, aliar consumo consciente com diminuição de custos e aumento da competitividade parece uma equação mais que vitoriosa.

Outras aplicações para a água da chuva reciclada
>> Irrigação paisagística: parques, cemitérios, campos de golfe, faixas de domínio de auto-estradas, campi universitários, cinturões verdes, gramados residenciais.

>> Irrigação de campos para cultivos: plantio de forrageiras, plantas fibrosas e de grãos, plantas alimentícias, viveiros de plantas ornamentais, proteção contra geadas.

>> Usos industriais: refrigeração, alimentação de caldeiras, água de processamento.

>> Recarga de aquíferos: recarga de aquíferos potáveis, controle de intrusão marinha, controle de recalques de subsolo.

>> Usos urbanos não-potáveis: irrigação paisagística, combate ao fogo, descarga de vasos sanitários, sistemas de ar condicionado, lavagem de veículos, lavagem de ruas e pontos de ônibus etc.

>> Finalidades ambientais: aumento de vazão em cursos de água, aplicação em pântanos, terras alagadas, indústrias de pesca.

*Via PlanetaInteligente.

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 é o criador do eco4planet, formado em Administração de Empresas pela USP, desenvolvedor e gamer. Otimista nato, calmo por natureza, acredita que informação pode mudar o mundo e que todo pequeno gesto vale a pena. Posta também no Twitter e Facebook.
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