grandes hídricas fornecem quatro quintos da eletricidade do país
As grandes hídricas fornecem quatro quintos da eletricidade do Brasil, que está agora voltando-se para a energia eólica/Foto: alickel

O Brasil é o maior mercado mundial de energias renováveis e representa mais de 90% dos novos investimentos neste setor na América Latina, assegura o relatório “Tendências Globais sobre Investimento em Energias Sustentáveis 2009”, produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnuma).

Aproximadamente 46% da energia no Brasil provém de fontes renováveis, graças à enorme capacidade hídrica e à indústria de bio-etanol há muito implantada. O Brasil, que teve um aumento de investimento de 76% em relação a 2007, alcançando a cifra de 7 bilhões de euros, é ainda o líder mundial em financiamento de energias renováveis, pois, no ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social foi o maior fornecedor global de financiamento para projetos nesta área.

No mundo, foram investidos 155 bilhões de dólares em energia limpa e renovável – sem incluir hidrelétricas. Desses, 13,5 bilhões foram de investimentos privados em companhias de desenvolvimento e aperfeiçoamento das tecnologias já existentes. Outros 117 bilhões foram investidos em novos projetos de energias solar, eólica, geotérmica e de biocombustíveis.

O relatório revela ainda que o volume de investimentos em projetos de energia limpa quadriplicou em relação a 2004. A maior parte dos investimentos ocorreu no Brasil, China e outras economias emergentes. Os Estados Unidos registraram uma queda de 2%, enquanto o crescimento na Europa desacelerou.

Biocombustíveis

O relatório dá grande destaque ao etanol de que o Brasil é produtor e exportador. A maior parte do etanol brasileiro (80%) é consumida no país, o que não causará surpresa se for tido em conta que 90% dos automóveis novos no Brasil se movem a etanol e gasolina e que, no final de 2008, o etanol representava mais de 52% do consumo de combustível em veículos pequenos.

A produção de biocombustíveis no Brasil tem crescido devido à existência de grandes áreas de terra arável, recursos abundantes de água, apoio governamental, uma crescente população em idade ativa e custos vantajosos face a outros combustíveis.

O documento assinala que as exportações de etanol brasileiro aumentaram 46% em 2008, sendo dirigidas sobretudo aos Estados Unidos e à Europa, embora as taxas e os subsídios que os países desenvolvidos criam para proteger as suas indústrias levantem dificuldades à expansão do negócio.

Prejudicando o crescimento desta indústria estão também a falta de infra-estruturas de transportes, a ênfase em objetivos sociais (e não comerciais) e o aumento das preocupações com a sustentabilidade nos mercados de exportação, caso da UE. Junte-se, por fim, a crise financeira, que já fez adiar nove projetos previstos para 2008, podendo fazer o mesmo a outros durante este ano.

Ainda de acordo com o relatório “Tendências Globais sobre Investimento em Energias Sustentáveis 2009”, o total dos biocombustíveis refletiu sobretudo um único grande negócio – o do produtor brasileiro de etanol Cosan, que angariou 270 milhões dos 443,5 milhões de euros angariados a nível mundial em 2008.

*Via EcoDesenvolvimento.

             
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