Censo revela vida microscópica no oceano

A acantharians é um dos quatro tipos de amebas grandes que ocorrem em alto mar. Seu frágil esqueleto é feio de um único cristal de sulfato de estrôncio, que se dissolve na água quando ela morre.

Se o escritório do Censo acha tem trabalho para contar toda a população, imagine o que os cientistas enfrentam ao tentar calcular todos os seres vivos do oceano, incluindo micróbios tão pequenos que parecem invisíveis.
O Censo Mundial da Vida Marinha tem quatro projetos de campo focando em vidas difíceis de serem observadas, como pequenos micróbios, zooplâncton e larvas.

Pequenas isoladamente, essas formas de vida são massivas como grupos e fornecem alimento que mantém criaturas maiores.

“Os cientistas estão descobrindo e descrevendo um impressionante novo mundo de biodiversidade marinha microscópica, e padrões abundantes de distribuição e mudanças sazonais”, disse Mitch Sogin do Marine Biological Laboratory em Woods Hole, Massachusetts, líder do Censo Internacional de Micróbios Marinhos.

O Censo da Vida Marinha deve ser apresentado em 4 de outubro, em Londres, e envolveu mais de dois mil cientistas de mais de 80 países.

O censo de uma década descobriu mais de cinco mil novas formas de vida marinha. Pesquisadores acreditam que haveria diversas vezes esse número de criaturas ainda não encontradas.

Atualizações anteriores estavam focadas em criaturas maiores, mas agora os pesquisadores se voltaram para coisas minúsculas, algumas das quais enterradas no solo.

Veículos operados remotamente descobriram vermes que habitam abismos profundos. Às vezes, mais de 500 mil podem existir em menos de um metro quadrado de argila fofa – e apenas alguns tipos deles foram estudados.

Há também 16 mil ou mais espécies de vermes marinhos, e centenas de tipos de pequenos crustáceos. “Essas descobertas nos fazem olhar para a profundeza do mar com uma nova perspectiva”, diz o pesquisador Pedro Martinez Arbizu, do Centro Alemão de Pesquisa em Biodiversidade Marinha. “Longe de ser um deserto sem vida, a profundeza do oceano possui tamanha diversidade quanto uma floresta tropical ou um recife de corais”.

Considere o zooplâncton, os pequenos e muitas vezes transparentes animais que formam um link vital para a cadeia alimentar. Em 2004, cientistas haviam identificado cerca de sete mil espécies dele; agora, eles esperam que o número dobre com o término da pesquisa.

Técnicas como a análise de DNA também ajudaram a revelar alguns erros pelo caminho. O DNA é o código genético nas células de cada criatura viva.

Tracey Sutton, do Virginia Institute of Marine Science, e seus colegas liderados pelo pesquisador do Smithsonian Institution G. David Johnson, usaram a genética para mostrar que três tipos de peixe que se pensava serem diferentes são, na verdade, um só.

Eles descobriram que apesar da aparência diferente, Mirapinnidae, Megalomycteridae e Cetomimidae são a mesma espécie. O Mirapinnidae é a larva, que cresce para se tornar tanto o Megalomycteridae (fêmea) como o Cetomimidae (macho).

Depois de estudar amostras de mais de mil locais, os cientistas concluíram que deve haver 100 vezes mais gêneros de micróbios no mar do que pensado. Realmente, em 2007, um estudo apenas do Canal da Mancha resultou em mais de sete mil novos gêneros de microorganismos.

O Gênero é a categoria de vida situada entre “família” e “espécie”. Por exemplo, a família dos mamíferos tem muitos gêneros, como o homo (dos humanos), canis (cães) e equus (cavalos).

O que os micróbios do oceano pecam em tamanho, compensam em população. Os pesquisadores calculam que exista um “nonilhão” deles.

Nunca ouviu de um “nonilhão”? É muito. É mil vezes um bilhão, vezes um bilhão, vezes um bilhão.

É claro que ninguém consegue visualizar este número, então os pesquisadores usam um meio de comparação mais popular: os elefantes africanos.

Um nonilhão de células desses micróbios pesa o mesmo que 240 bilhões de elefantes – ou o equivalente a 35 elefantes para cada pessoa na Terra.

E isso são apenas os micróbios.

*Via Info

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 é o criador do eco4planet, formado em Administração de Empresas pela USP, desenvolvedor e gamer. Otimista nato, calmo por natureza, acredita que informação pode mudar o mundo e que todo pequeno gesto vale a pena. Posta também no Twitter e Facebook.
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