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Tudo começou quando uma empresa de engarrafamento de água solicitou aos órgãos públicos da pequena cidade de Bundanoon, próxima a Sidney, na Austrália, uma permissão para explorar o aquífero local. Porém, o que poderia ser mais um fato banal, comum em qualquer lugar do planeta, se tornou motivo de uma mobilização social que envolveu toda a comunidade e baniu a comercialização de águas em garrafas de plástico na cidade.

As primeiras reivindicações surgiram logo após a Norlex Holdings pedir uma autorização para extrair água de uma fonte local e levá-la para sua sede, em Sidney. Lá, a água seria engarrafada e enviada para diversos locais para ser comercializada – inclusive Bundanoon.

Foi então que os moradores da cidade começaram a protestar a permissão, pensando, a princípio, nos problemas que o aumento da circulação de ônibus e caminhões iria causar na cidade, conhecida pela sua tranquilidade. As discussões ganharam adeptos e amplitude e logo os moradores estavam questionando toda a logística do sistema, que faria a água sair e voltar para o mesmo lugar – só que dessa vez, paga e dentro de uma garrafa de plástico.

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Foto: Matthew Armstrong

“Nós tomamos conhecimento, como uma comunidade, de tudo que se tratava a indústria da água”, disse em entrevista ao The New York Times, Huw Kingston – morador de Bundanoon. “Então, surgiu a ideia de que, se não queríamos ter uma planta de extração na nossa cidade, talvez a gente não devesse vender o produto final”, contou.

Assim, os habitantes da cidade se reuniram em uma assembléia e votaram uma medida que bania a comercialização de água em garrafas plásticas em Bundanoon. Dos 356 moradores presentes, apenas um se opôs a ideia. Eles ainda convenceram os comerciantes locais a pararem a venda de águas engarrafadas e a prefeitura a instalarem fontes e bebedouros em locais públicos. Como resultado, surgiu o movimento Bundy On Tap e Bundanoon tornou-se a primeira cidade do mundo livre de garrafas plásticas.

A adoção da medida é totalmente voluntária. Mas com o apoio do público, os seis grandes varejistas de alimentos da cidade concordaram em retirar a água engarrafada de suas prateleiras a partir de setembro. Para recuperar as suas perdas, eles planejam vender garrafas reutilizáveis que possam ser cheias nos bebedouros e distribuidores públicos.

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Foto:
James.Whisker

“Trata-se também algo moral, à medida que acaba sendo um trabalho de marketing maravilhoso da indústria de bebidas, vendendo algo que as pessoas podem ter de graça”, disse Kingston, que é dono de um café e de loja de bicicletas na cidade.

Além dos benefícios econômicos e da melhora na qualidade de vida da população, questões ambientais, como o alto gasto energético e de matéria prima e substancias químicas utilizadas na produção das garrafas e suas consequências após o descarte, foram debatidas entre os moradores.

A medida ganhou destaque em todo o mundo. Centenas de jornais noticiaram a ação, que virou exemplo para outras cidades. O governo do Estado de Nova Gales do Sul, por exemplo, já anunciou que irá deixar de comprar água engarrafada e solicitou ao ministro do Meio Ambiente para incitar os outros Estados a seguirem o exemplo.

“É um grupo de pessoas que foram capazes de se unir durante alguns meses e fizeram manchetes em todo o mundo, é simplesmente incrível”, disse outro morador da cidade, Peter Stewart. “Há muito orgulho na cidade”, concluiu.

*Via EcoDesenvolvimento.

             
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