Na década de 60, o IRRI (sigla em inglês para Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz) criou o “arroz milagro”. Esse arroz foi responsável por multiplicar por 10 o rendimento por hectare de plantação e evitou que Índia e outros países da Ásia passassem por grandes crises de fome. Mas os tempos agora são outros e o IRRI tem uma nova missão: Desenvolver o “Super Arroz Verde”.

O novo tipo de arroz precisa ser resistente às bruscas mudanças climáticas e, de preferência, usar menos água.

“O que tentamos é criar distintas variedades de arroz que ofereçam um bom rendimento aos agricultores com um menor uso de adubo e que ainda sejam resistentes às condições ambientais desfavoráveis, como as inundações, a seca, as bactérias, as más ervas e a alta salinidade da água”, explica Jaouhar Ali, cientista do IRRI.

O cultivo de arroz consome cerca de 30% da água usada em regiões agrícolas do mundo todo, na Ásia a porcentagem chega a 80%. Ali diz que “Para 2025 calculamos que a demanda por arroz no mundo terá aumentado 40% e ao mesmo tempo entre 15 e 20 milhões de hectares de arrozais sofrerão escassez de água”.

O IRRI já cruzou cerca de 250 variedades de grãos e também experimentou híbridos, para obter uma semente que permita colher mais arroz com menos água e sementes.

Testes ocorreram em 15 países da Ásia e da África e as sementes se saíram bem em terreno seco, inundado e com alta salinidade. Elas também se garantiram durante uma invasão de ervas prejudiciais.

O maior obstáculo para criar novas variedades de grãos pelos países em que o arroz é parte da dieta básica da população ainda é a falta de dinheiro. Por isso o instituto ganhou uma doação de US$ 18 milhões da Fundação Bill e Melinda Gates, do fundador da Microsoft.

Caso você esteja pensando que o super arroz é feito por modificações genéticas artificiais, fique tranquilo pois ele é resultado de dezenas de cruzamento de espécies diferentes de arroz de todo o planeta para, dessa forma, ser criada uma nova mais forte. Como Mendel fez com suas ervilhas, sabe?

Jaouhar Ali lembra que o objetivo não é criar uma variedade nova, mas adaptar as mais consumidas em cada zona do mundo para as novas condições ambientais que o grão vai enfrentar sem mudar o tempo da colheita e sem fazer o arroz ficar com qualidade inferior. Ali diz que “Temos que nos adaptar ao gosto de cada país porque o arroz que se consome no Vietnã não é igual ao que comem no Sri Lanka” (e com certeza é diferente do nosso também).

Por conta dos bons resultados durante os testes, os pesquisadores devem distribuir o arroz para 20 milhões de pequenos agricultores em um prazo de quatro a dez anos.

Isso deve render um aumento de 13 milhões de toneladas por colheita de arroz, gerando US$ 2,6 bilhões adicionais para esse setor.

 

Via Folha / Imagem Flickr

 
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