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Entre as atividades ambientais destacadas pelo estudo estão o plantio de vegetação nativa, remoção de espécies invasoras e gerenciamento de bacias hidrográficas, que por exigirem mais esforço físico, “têm o potencial de criar emprego aos pobres” / Foto:
Ariel Lopez

Em um país em desenvolvimento como o Brasil, investir na geração empregos da chamada economia “verde” pode ser uma boa solução para reduzir a pobreza, afirma o estudo “Empregos “verdes” aos pobres: por que uma abordagem pública de geração de empregos é necessária agora”

Publicado pelo CIP-CI (Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo), um órgão do PNUD em parceria com o governo brasileiro, o documento foi escrito por Maikel Lieuw-Song, pesquisador e ex-diretor da unidade de Programas Expandidos de Obras Públicas no Departamento de Obras Públicas da África do Sul, defende no documento os benefícios dos investimentos “verdes”, em especial os destinados a acelerar a transição em direção a economias de baixo carbono.

“Inovações políticas aplicadas em países em desenvolvimento, como África do Sul ou Índia, apontam para o valor das atividades ambientais geradoras de emprego relevantes para recuperar ou melhorar o acesso a bens e serviços ambientais públicos, assim como melhorar a subsistência produtiva dos pobres”, diz Lieuw-Song.

Possíveis soluções

Entre estas atividades ambientais estão o plantio de vegetação nativa, remoção de espécies invasoras, construção de infraestrutura para diminuir a erosão do solo, proteção de reservas e gerenciamento de bacias hidrográficas, que, segundo o autor, exigem um esforço físico maior, e, por isso, “têm o potencial de criar emprego aos pobres”.

Os benefícios trazidos por estas políticas podem ser sentidos pelos pobres e pelas comunidades locais. Além disso, o lucro decorrente destas atividades ambientais pode diminuir a pressão para explorar o meio ambiente, na opinião do pesquisador.

Tantos aspectos positivos acabam, no entanto, sendo ofuscados pela falta de parâmetros para medir, de forma apurada, os benefícios de se investir no meio ambiente. “Essa indefinição faz com que os investimentos não sejam reconhecidos como importantes para reduzir a pobreza e auxiliar em políticas ambientais”, acrescenta.

Esta situação leva a uma série de problemas: em primeiro lugar, é difícil competir por recursos com outros projetos cujos benefícios são mais fáceis de ser quantificados. Por sua vez, a ausência de um mercado para absorver a maior dos serviços atrelados ao ecossistema agrava a questão, já que estes não têm seu valor reconhecido.

Papel do governo

No estudo, Lieuw-Song defende também que, em muitos casos, os governos deveriam tomar a liderança e fazer estes investimentos, usando programas públicos para criar trabalhos envolvendo atividades ambientais e tornando a geração de emprego para os pobres parte integrante das estratégias de redução da pobreza.

Em uma época de crise como a atual, em que há muitos desempregados por causa da recessão financeira, os governos devem desempenhar um papel maior quando os mecanismos de controle da economia estão falhando ou não funcionam, argumenta o ex-diretor da unidade de Programas Expandidos de Obras Públicas no Departamento de Obras Públicas da África do Sul.

“É crescentemente claro que os riscos de não se investir em recursos naturais são enormes, tanto em termos da escala do impacto quanto do risco a longo prazo e irreversível que pode ser causado”, ressalta o pesquisador, que acrescenta que mesmo quando os benefícios não podem ser medidos de forma apurada, eles eventualmente trazem vantagens ao governo, seja direta ou indiretamente.

De uma forma geral, o autor afirma que é necessário fazer mais investimentos em gerenciamento de recursos naturais e no meio ambiente. “Programas de geração de emprego públicos centrados no meio ambiente representam uma sinergia destas duas mudanças, e ele garantem nossa atenção e consideração agora – não somente como medidas de combate à crise, mas também como intervenções políticas importantes para o crescimento inclusivo e sustentável”, defende.

*Com informações do Pnud. Via EcoDesenvolvimento.

             
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