Num futuro não tão distante assim, o chocolate poderá ter se tornado um item tão caro, mas tão caro, que seu preço será comparável ao do caviar.

E não estamos falando de chocolates finos. As marcas populares que hoje povoam o supermercado, o doce básico que permeia 50% das sobremesas, o pó que você adiciona ao leite pela manhã: em 20 anos, todos eles podem deixar de existir.

Ou, pior: vão continuar existindo mas serão inacessíveis à maioria da população.

A história foi publicada em uma matéria incrível no The Independent que abre os olhos para a necessidade de investirmos mais em agricultura sustentável.

O artigo mostra como uma combinação de fatores – o aquecimento global, a exploração do trabalho, o mau uso da terra e o aumento do consumo – estão levando a produção do cacau (a matéria prima do chocolate) a um limite preocupante.

Isso não é uma teoria da conspiração (eu não brincaria com algo tão sério como chocolate ;) ). A Terra tem recursos finitos e o destino da indústria cacaueira é apenas um bom (e chamativo) exemplo de que é preciso mudar. E não apenas mudar para que o chocolate não acabe. Pequenos fazendeiros precisam de incentivos para continuar produzindo alimentos em um mundo cada vez mais disposto a pagar alto pelos biocombustíveis.

Alguns dados interessantes da matéria:

– Um dos principais pólos produtores do mundo, o oeste da África vê seus fazendeiros abandonarem os campos em busca de um negócio mais vantajoso. E sabe por que? Simplesmente porque não há mais vantagem na produção. Recebendo 80 centavos de libra ao dia dos grandes conglomerados fabricantes, qual é o incentivo para não só continuar trabalhando como ainda replantar as árvores que morreram e esperar de 3 a 5 anos para que elas cresçam?

– A Costa do Marfim, o maior produtor mundial de cacau, já sofre com a carência de fazendeiros e a saída dos jovens do campo rumo ás grandes cidades. Já na Indonésia, o 3º maior produtor do mundo, o problema são as mudanças climáticas, que diminuem a produção e elevam o preço.

– Caso os produtores africanos abandonem o plantio do cacau, a América do Sul, o Caribe e a Ásia podem não satisfazer a demanda crescente por chocolate de grandes mercados em ascensão, como a China e a Índia.

– Embora seja um grave problema, o empobrecimento da terra (fruto de anos seguidos de uma mesma planta sendo cultivada) poderia ser resolvido com acréscimo de nutrientes e políticas adequadas de rodízio na plantação. O maior desafio é competir com outras lavouras mais rentáveis (como palmeiras) que cada vez mais são usadas em biocombustíveis.

As boas notícias (ou as menos piores):

– Entidades vêm se unindo para fornecer condições mais justas de trabalho e, claro, incentivos para as novas gerações. Por exemplo, em Gana, o 2º maior produtor mundial de cacau, existem muitas cooperativas de trabalhadores que conseguem aumentar seus lucros.

– A Nestlé tem um projeto que pretende replantar 10 milhões de árvores para seus fornecedores na próxima década. No futuro,a ideia é apenas comprar cacau desses fazendeiro certificados.

– Segundo os especialistas, a indústria do chocolate está bem à frente de outras (como a do café), na implementação de uma cadeia de produção sustentável.

[Fonte: BlogInfo]

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 é o criador do eco4planet, formado em Administração de Empresas pela USP, desenvolvedor e gamer. Otimista nato, calmo por natureza, acredita que informação pode mudar o mundo e que todo pequeno gesto vale a pena. Posta também no Twitter e Facebook.
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