Retenção de carbono feita pelas árvores serve como exemplo de possível serviço ambiental/Foto: Chalkie_CC
A discussão em torno do pagamento por serviços ambientais tem ganhado corpo nos últimos anos. Uma possibilidade referente ao sistema inclui cobrar dos países ricos de acordo com a retenção de dióxido de carbono (CO2) das árvores da Amazônia, um valor estimado entre R$ 113 e R$ 226 por hectare/ano (dados de 2009). Atualmente, a Organização das Nações Unidas (ONU) estuda criar um órgão específico para colocar preço nos benefícios da natureza oferecidos pelo planeta.
A instituição já tem até nome definido: Plataforma Intergovernamental de Ciência e Política para Serviços de Biodiversidade e Ecossistema (IPBES, na sigla em inglês), e deverá ter a criação apoiada pela Assembleia Geral da ONU ainda em 2010.
Segundo o coordenador do relatório intitulado A Economia de Ecossistemas e da Biodiversidade (Teeb, na sigla em inglês), Pavan Sukhdev, uma primeira prioridade do novo órgão deve ser a medição monetária dos recursos naturais. “Um país dizer ‘vamos aumentar a biodoversidade’ é difícil porque não existe medida de biodiversidade”, observou o também economista sênior e especialista em economia ambiental do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
“Este é um grande desafio para o IPBES, criar o conjunto certo de métricas. A sequência lógica é primeiro definir o que é biodiversidade, o que você está medindo, chegar a um acordo sobre isso, para que os países façam isso da mesma forma”, defendeu Pavan.
Os danos ao capital natural, compreendido por florestas, áreas banhadas e savanas são avaliados em algo entre US$ 2 trilhões e US$ 4,5 trilhões anuais. Esse fator não entra na conta do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
País privilegiado em relação a biodiversidade, principalmente por conta da floresta amazônica, o Brasil deverá ser um dos maiores beneficiados caso a comunidade internacional leve a sério a proposta de compensação financeira pelos serviços ambientais.
*Via EcoDesenvolvimento.