Uma previsão nada animadora já tem presença garantida nas discussões da 16ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP16), ao final de novembro, em Cancún (México): a temperatura do planeta aumentará 3,5ºC até 2100.
A estimativa utiliza como base duas análises do chamado Acordo de Copenhague, uma realizada pelo cientista Sivan Kartha, do Instituto de Meio Ambiente de Estocolmo, e a outra pelo Climate Action Tracker. Segundo os estudos, com o fracasso da COP15 em dezembro de 2009, as promessas de cortes nas emissões de dióxido de carbono (CO2) da comunidade internacional serão insuficientes para manter o nível de aquecimento em limites seguros (até 2ºC).
De acordo com a previsão, caso a temperatura mundial aumente 3,5ºC nas próximas décadas, tamanha elevação provocará efeitos trágicos na produção agrícola, disponibilidade de água nos ecossistemas e no crescimento do nível do mar e desaparecimento das ilhas do Pacífico, fatores que deverão impulsionar as migrações forçadas.
A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês), mostrou que sete dos dez indicadores relacionados ao aquecimento global estão em ascensão. Eles analisam, por exemplo, temperatura e nível do mar. Já a cobertura de gelo do Ártico e as geleiras da Patagônia estão em declínio.
Segundo um grupo de cientistas do Instituto de Pesquisa de Impactos Climáticos de Potsdam, as metas voluntárias e os buracos legais previstos no Acordo de Copenhague são insuficientes para livrar o mundo de um aquecimento inferior a 3ºC em 2100. Para chegar a esta conclusão, os climatologistas Joeri Rogelj, Malte Meinshausen e colegas também se basearam nas promessas feitas pelos países que aderiram ao acordo produzido às pressas, ao final da COP15.
*Via EcoD.