Gotham City é aquela cidade feia, suja e poluída. Você sabe o motivo, não? Morcegos não se dão bem com turbinas eólicas.
Foi isso o que constatou um estudo publicado na edição de sexta-feira da revista Science.
Uma equipe de pesquisadores formados por americanos e sul-africanos diz que a diminuição da população de morcegos na América do Norte está, possivelmente, ligada ao crescimento da energia eólica.
O problema fica ainda pior: Segundo os pesquisadores, isso gera um prejuízo agrícola que pode chegar a US$ 53 bilhões por ano.
Gary McCracker, da Universidade do Tennessee, explica “Essas estimativas incluem a economia de aplicações de pesticida que não são necessárias para controlar os insetos hoje consumidos pelos morcegos. Entretanto, não incluem o impacto colateral dos pesticidas sobre os seres humanos, animais domésticos e selvagens e o meio-ambiente. Sem os morcegos, a produtividade das colheitas é afetada. As aplicações de pesticidas aumentam. As estimativas claramente mostram o imenso potencial dos morcegos de influenciar a economia da agricultura e das florestas.”
Embora alguns morcegos sejam afetados por golpes diretos desferidos pelas hélices das turbinas, a principal causa de morte é a queda repentina de pressão próxima dessas estruturas, que ocasiona hemorragias internas.
Os morcegos se orientam por uma espécie de sexto sentido que os guia pelo som dos ecos, a ecolocalização. Isso os permite detectar obstáculos e desviar deles, mas a mudança de pressão é imperceptível.
O artigo termina dizendo que “São necessários esforços urgentes para educar o público e os formuladores de políticas públicas sobre a importância ecológica e econômica dos morcegos insetívoros e prover soluções práticas de conservação”.
Santo dilema ecológico, Batman!