Vale do Silício reinventa o humilde tijolo

Processo de produção dos novos tijolos requerem de 80% a 90% menos energia e emitem 85% menos gases causadores do efeito estufa.

NEWARK – Esqueça os microchips. O Vale do Silício vê um futuro lucrativo nos humildes tijolos, graças a um processo de produção de baixo consumo de energia.

A Calstar Products, fabricante de tijolos, conta com muitos doutores em tecnologia, além do apoio de profissionais de investimento de risco cuja visão é a de criar edificações com custo mais baixo e economizando energia.

“Acreditamos que tenha chegado a hora de uma segunda revolução industrial”, disse Paul Holland, sócio da Foundation Capital, que investiu 7 milhões de dólares na Calstar. A EnerTech Capital liderou uma segunda rodada de capitalização que levantou 8 milhões de dólares para a empreitada.

O Vale do Silício está encontrando formas mais tecnológicas de produzir materiais tradicionais e pretende desenvolver concreto capaz de absorver dióxido de carbono, janelas que ofereçam isolamento melhor do que o das paredes e materiais para substituir a madeira.

O campo ainda é novo. Os investimentos do setor de capital de risco voltados a edificações ecológicas oscilaram ao longo da recessão, mas envolveram cerca de 45 transações, ao valor de 350 milhões de dólares, no ano passado, de acordo com o Cleantech Group.

Os tijolos comuns precisam ser cozidos por 24 horas a uma temperatura de 1.093 graus Celsius, como parte de um processo de produção que pode levar uma semana, enquanto os da Calstar são cozidos a temperaturas inferiores a 100 graus Celsius e sua produção demora apenas 10 horas, segundo o presidente da Calstar, Michael Kane.

A receita incorpora grandes volumes de resíduos de carvão consumido em usinas termelétricas, que de outra forma poderiam se tornar um poluente problemático.

O processo de produção dos tijolos – cuja aparência e sensação ao tato são iguais as de um tijolo comum – requer de 80% a 90% menos energia e emite 85% menos gases causadores do efeito estufa, se comparado ao processo usado em tijolos comuns, de acordo com a Calstar.

Custos de energia menores significam mais lucros e isso permite que a empresa banque suas pesquisas e concorra com empresas maiores, beneficiadas pela economia de escala. Os novos tijolos (que a Associação da Indústria do Tijolo dos EUA afirma não serem tijolos) serão vendidos pelo mesmo preço de tijolos de barro tradicionais.

A associação alega que não existe prova de que esses produtos durem tanto quanto os tijolos tradicionais.

Apesar disso, a Calstar conta com 16 distribuidores e quer vender 12 milhões de tijolos ou mais no primeiro ano, e planeja produzir 100 milhões de tijolos para venda no sul e centro-oeste dos EUA, diz Kane.

Depois disso, mercados de alto crescimento, como a China, serão o alvo.

*Via Info.

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 é o criador do eco4planet, formado em Administração de Empresas pela USP, desenvolvedor e gamer. Otimista nato, calmo por natureza, acredita que informação pode mudar o mundo e que todo pequeno gesto vale a pena. Posta também no Twitter e Facebook.
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