presidente obama esperava contar com a maioria para aprovar pacote clim�ico

Presidente norte-americano esperava ter maioria na Câmara para aprovar reformas/Foto:nasa hw photo

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que vai buscar formas de evitar o aquecimento global que não envolvam impor limites às emissões de dióxido de carbono (CO2). Durante entrevista coletiva na Casa Branca, ele acrescentou que a proposta conhecida como cap and trade (limitação e comércio) poderia trazer prejuízo econômico ao país.

A proposta impunha limites e oferecia incentivos econômicos para a redução das emissões de usinas de eletricidade, carros e outras fontes. Então controlada pelo Partido Democrata, a Câmara dos EUA havia aprovado uma lei de cap and trade em 2009, mas muitos democratas do Senado se uniram à oposição republicana para bloquear avanços, o que incidiu diretamente no fracasso da 15ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP15), uma vez que os países cobram mais comprometimento da Casa Branca.

Os republicanos apelidaram a proposta de cap and tax (limitação e impostos) porque ela elevaria o preço da energia. “Está muito claro que o povo americano quer que façamos alguma coisa sobre o corte de gastos aqui em Washington e ajudemos a criar um ambiente em que consigamos os empregos de volta”, destacou o líder da bancada oposicionista na Câmara, John Boehner.

Ao conquistarem pelo menos 60 cadeiras extras nas eleições de terça-feira (2), os republicanos terão uma maioria sólida na Câmara em 2011 – a previsão é de que Boehner assumirá a presidência. Em um contexto no qual o déficit orçamentário do último ano alcança US$ 1,19 trilhão, o equivalente a 8,9% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, os eleitores clamaram por um governo possivelmente menos custoso.

Boa parte dos analistas em política internacional consideram que o sucesso dos republicanos nas urnas pode ser atribuído as promessas de controlar os gastos do governo. Na votação para o Senado, os republicanos conseguiram tomar pelo menos 6 vagas que antes pertenciam a democratas, mas não conseguiram ter maioria. O Partido Democrata continuará com pelo menos 51 dos 100 assentos disponíveis.

Sem plano de emissões, acordo na COP16 fica praticamente impossível

A inviabilidade de aprovação dos pacotes ambiental e energético no congresso norte-americano praticamente sepulta as já escassas chances de um acordo com peso de lei internacional na COP16, que será realizada de 29 de novembro a 10 de dezembro em Cancún, no México.

Com o impasse dos Estados Unidos, maior poluidor mundial entre os países desenvolvidos, os representantes dos demais governos se recusam a se comprometer com metas de redução dos gases de efeito estufa, o que inviabiliza o consenso obrigatório estabelecido pela ONU. Os governos de nações emergentes, a exemplo de China, Brasil e Índia argumentam que a responsabilidade histórica pela poluição do planeta é dos governos mais ricos, que se industrializaram primeiro.

Entretanto, a COP16 deverá ser importante para fortalecer as bases de um futuro tratado, além de estabelecer a regulamentação do mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd, na sigla em inglês) e o financiamento de ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. [EcoD]

             
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