O diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Laércio Antônio Vinhas, participa da Comissão de Meio Ambiente da Câmara durante audiência pública para discutir a instalação de usinas nucleares no Nordeste brasileiro/Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr

A audiência pública promovida pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados para discutir a instalação de usinas nucleares no Nordeste brasileiro deixou os ânimos dos representantes do governo e dos ambientalistas exaltados na sexta-feira passada, 6 de maio, em Brasília.

O governo federal pretende instalar seis novas usinas nucleares na região. Os locais ainda não foram definidos, mas, segundo a Eletronuclear, empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia, os estados com potencial são Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. O anúncio dos locais deve ser feito até 2011.

O presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, afirmou que a demanda por energia no Brasil tende a aumentar e que as novas usinas, apesar do alto investimento, tem custo energético baixo. “Para suprir a demanda nacional teríamos que disponibilizar 3 a 4 mil megawatts ao ano, isto significa uma nova Itaipu a cada três, quatro anos. Temos que contar com todas as fontes energéticas: a eólica, a biomassa e, é claro, a nuclear”.

Já o professor do Departamento de Engenharia Elétrica e presidente da comissão de Meio Ambiente da Universidade Federal de Pernambuco, Heitor Scalambrini, criticou a ausência da participação da sociedade na definição da construção de novas usinas nucleares no país e lembrou que o Programa Nuclear no Brasil ganhou corpo durante a ditadura militar.

“A energia nuclear, pelo poder devastador, deveria ser debatida amplamente. Não há benefícios econômicos, ambientais ou em termos de segurança”, alertou Scalambrini.

O assessor do Movimento Paulo Jackson da Bahia, Sérgio Dialetachi, lembrou as 6,5 mil pessoas contaminadas pelo Césio 137 em Goiânia, em 1987, e fez questão de ressaltar que tal substância é produto da usina nuclear.

“Quando acidentes acontecem qual é a infraestrutura que temos? Queremos que o Brasil faça a sua diversificação energética, mas que a nuclear esteja fora”, salientou.

Na opinião do coordenador da Campanha Nuclear do Greenpeace Brasil, André Amaral, o Brasil não precisa desta tecnologia.

“Não precisamos de energia nuclear, o país tem potencial imenso de energia eólica e solar. Estaremos na contra-mão da crise climática. O uso da energia nuclear está decaindo no mundo inteiro em relação às renováveis”, argumentou.

*Via EcoDesenvolvimento.

             
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