A energia eólica poderá chegar ao Amazonas e ao Pantanal, por meio do LpT/Foto: Issac Saint Clair
Casas isoladas no interior da Amazônia e do Pantanal poderão ser iluminadas através da geração de fontes renováveis de energia, como as geradas pelo gás natural, eólica (ventos) e solar. Para estimular a utilização das matrizes energéticas alternativas, o governo federal, por meio do programa Luz Para Todos (LpT) irá pagar até 85% dos custos das companhias de energia, com o objetivo de implementar projetos referentes à área. O anúncio foi feito ao final de fevereiro deste ano.
As verbas provenientes do programa ajudarão na implantação da estrutura necessária, enquanto a empresa ficará responsável pela cobrança de taxas e o serviço de energia. Atualmente, as companhias relutam em investir neste segmento (considerado recente), com medo de prejuízos financeiros. A tendência é de que o financiamento oferecido pelo governo ajude na redução dos riscos desses investimentos.
“O objetivo é fazer com que as concessionárias de energia percam o medo que têm de trabalhar com novas fontes de energia”, explicou Hélio Shinoda, diretor do Luz Para Todos. Ele reconhece que os recursos destinados pelo programa não garantem o sucesso da iniciativa, mas que trata-se de uma ótima oportunidade para testar a aplicabilidade das fontes energéticas sustentáveis.
Luz Para Todos pretende levar as energias renováveis às localidades mais distantes/Foto: Claret14
A localização dispersa das comunidades ribeirinhas e pantaneiras é uma das principais dificuldades enfrentadas. “As populações ficam muito distantes das redes de energia elétrica. Expandir a rede em 100 quilômetros para atingir uma região em que moram dez famílias seria muito oneroso”, ressaltou Shinoda.
No Manual de Projetos Especiais elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), onde encontram-se as novas diretrizes para o setor energético brasileiro, há o dado de que o Luz Para Todos ainda permite projetos que usem mini-hidroelétricas (com potência de no máximo 1.000 kW) em regiões que tiverem potencial para este segmento.
Inédito
É a primeira vez, em cinco anos de implantação do programa Luz Para Todos, que um projeto em grande escala para priorizar as fontes mais sustentáveis de energia é desenvolvido. “Ou vamos descobrir que as companhias de energia sempre estiveram erradas e vamos convencê-las a trabalhar com isso, ou vamos ver que estiveram certas o tempo todo”, destacou o diretor do LpT.
Entretanto, Shinoda ponderou, ao afirmar que acredita que as concessionárias chegarão ao consenso de viabilidade dos projetos relacionados às energias “limpas”, e que num futuro bem próximo, manifestarão o interesse de trabalhar com essas fontes energéticas alternativas em grande escala.
Fonte: EcoDesenvolvimento
