Lançamento do CryoSat-2 no Casaquistão
A Agência Espacial Européia (ESA)lançou um novo satélite hoje para medir os efeitos do aquecimento global no gelo polar e juntar dados sobre aumento do nível do mar – informações que podem ser cruciais para milhões de pessoas vivendo em regiões costeiras e ilhas.
A ESA disse, de seu Centro Europeu de Operações na Alemanha, que recebeu um sinal do CryoSat 2 após sua decolagem com um foguete russo do Baikonur Cosmodrome, no Cazaquistão, o que significa que a decolagem foi um sucesso.
“Até agora, tudo correu fantasticamente bem”, disse Volker Liebig, Diretor do programa de Observações terrestres da ESA.
Em 2005, a agência perdeu seu primeiro CryoSat quando o foguete falhou, causando um atraso de cinco anos na missão – que é aguardada ansiosamente por cientistas glaciares desde o início dos anos 1990.
“Essa missão é ainda mais importante agora do que há uma década, conforme as mudanças na camada de gelo estão se acelerando”, disse Duncan Wingham, da of University College London e principal pesquisador do CryoSat.
Segundo a ESA, o satélite de 700 kg foi projetado para apontar os efeitos do aquecimento global no gelo Ártico e Antártico, que cobrem cerca de 10% da superfície da Terra e são cruciais para o clima do planeta.
“As regiões polares funcionam como os refrigeradores do sistema climático”, disse o cientistas alemão Heinrich Miller. “Essas áreas são as que realmente importam para o clima no planeta”.
Cientistas sabem que há mudanças significativas nas regiões polares, e os últimos verões mostraram que houve uma redução nas camadas típicas dessa estação no mar Ártico. Mas pouco se sabe sobre a espessura desse gelo.
“Pela primeira vez, estamos começando uma missão para medir não somente a extensão, mas a espessura do gelo”, disse Liebig.
Usando tecnologia radar a 720 km acima da superfície, o CryoSat 2 irá medir a espessura tanto da terra como do gelo e apontar mudanças de um centímetro – o que é impressionante, se considerarmos que a camada de gelo pode chegar a cinco quilômetros de espessura.
Para cidades costeiras e ilhas, essa especificidade pode ser questão de sobrevivência. Se todo o gelo polar da Terra e glaciares derretesse, os níveis do mar poderiam subir 70 metros, de acordo com Miller.
Se somente a Groenlândia ficasse livre de gelo, seriam 6,5 metros de elevação. Pessimistas esperam um aumento de 2 a 3 metros até 2100, enquanto o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), projetou em 2007 somente 20 a 50 centímetros. “Tenho certeza que o CryoSat irá fornecer dados valiosos que farão as previsões no aumento do nível do mar mais certas” disse Miller.
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*Via Info.