Biocombustível: para ter sucesso, sua produção não pode afetar a produção de alimentos

SÃO PAULO – É possível atender à demanda mundial por geração de eletricidade a partir de fontes vegetais enquanto parte da população do mundo passa fome?

Para responder essa e outras questões foi criado o Global Sustainable Bioenergy: Feasibility and Implementation Paths, ou Bioenergia Sustentável Global: Viabilidade e Caminhos para Implementação. Trata-se de um projeto que reunirá cientistas, advogados ambientais e formuladores de políticas públicas para discutir a possibilidade do uso, em escala global, de biocombustíveis – e suas consequências.

A primeira das três fases do programa, é constituída de cinco reuniões. Em novembro acontece o primeiro encontro, sediado na Malásia. Os outros quatro serão feitos no primeiro semestre de 2010 na Holanda, na África do Sul, no Brasil e, por último, nos Estados Unidos.

Esses encontros serão abertos ao público e terão como objetivo desenvolver um plano, formar uma equipe e recrutar apoio para a segunda fase. Nesta, o conflito entre a necessidade de geração de energia contraposta à fome mundial e às questões ambientais deve ser colocado.

Se a resposta para a questão do primeiro parágrafo for positiva, durante a fase três serão analisadas questões técnicas, sociais, econômicas, políticas e éticas para transformar o biocombustível em uma alternativa energética no mundo todo.

O Brasil já tem um trunfo para apresentar: sua bem-sucedida experiência na substituição de petróleo por etanol de cana-de-açúcar. Mas, de acordo com Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), e um dos coordenadores do projeto no Brasil, a produção de etanol a partir de cana-de-açúcar não é uma solução aplicável a qualquer ambiente.

sso porque aspectos como impactos da mudança de uso da terra, emissão de CO2 e a questão do impacto na produção para alimentação humana devem ser levados em conta. Nos Estados Unidos, por exemplo, a conversão de celulose seria mais apropriada. Já para países como África, a cana pode ser uma boa alternativa.

Mas os produtores brasileiros podem ficas sossegados. De acordo com Brito Cruz, o fato de outros países passarem a produzir biocombustível não tira a oportunidade do Brasil de exportar. “A estratégia brasileira deve considerar também a oportunidade de exportar tecnologia de produção e distribuição.”

Além de Brito Cruz, José Goldemberg, pesquisador do Centro Nacional de Referência em Biomassa, vinculado à Universidade de São Paulo também coordena o comitê que organiza as reuniões no Brasil. Ambos foram convidados pelos organizadores do projeto.

A iniciativa surgiu e é liderada por três pesquisadores da área de bioenergia: Nathanael Greene, do Natural Resources Defense Council, em Nova York, Tom Richard, da Universidade Estadual da Pensilvânia, e Lee Lynd, da Thayer School of Engineering, Dartmouth College e Mascoma Corporation.

*Via Info.

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 é o criador do eco4planet, formado em Administração de Empresas pela USP, desenvolvedor e gamer. Otimista nato, calmo por natureza, acredita que informação pode mudar o mundo e que todo pequeno gesto vale a pena. Posta também no Twitter e Facebook.
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