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Os carros híbridos são realmente interessantes, mas o caminho certamente termina nos elétricos. Eles são apontados como o futuro do transporte, mas esse futuro já existe, ao menos “lá fora” e por um preço premium, então vamos dar uma olhada em como chegamos até aqui e como eles se saem frente à concorrência.

 

Carro elétrico alemão de 1904. Foto: Arquivo Federal Alemão.

Carro elétrico alemão de 1904. Foto: Arquivo Federal Alemão.

Usar a eletricidade é tão antigo quanto dirigir…

O carro moderno data de 1879 e nas primeiras décadas o motor a combustão dividiu espaço com os elétricos que já apareciam como uma opção mais confortável (os motores a combustão chacoalhavam o carro), fácil de dirigir (por não exigir troca de marchas), silenciosa e sem a desagradável fumaça (a questão era o cheiro, ninguém parecia se preocupar com poluição).

 

… mas os combustíveis logo passaram por cima …

Ter que recarregar as baterias por longas horas e poder percorrer apenas distâncias curtas para cada carga são um problema desde aquela época. De outro lado a estrutura de distribuição da gasolina se ampliava e, graças a linha de montagem, Henry Ford reduziria o preço dos veículos a combustão para metade dos equivalentes elétricos. A vitória dos fumacentos foi esmagadora e os elétricos entraram em coma profundo.

 

… até faltar gasolina e a preocupação ambiental emergir …

As crises energéticas dos anos 1970 e 80 somadas à crescente atenção ao problema da poluição trouxeram os bólidos carregados por baterias de volta à vida. Em 1993 a Chrysler lançou o TEVan de forma experimental, seguida por modelos da FordGM, Chevrolet, Honda, Nissan e Toyota.

Ford Ranger Elétrica. Apesar do tamanho, nada de gasolina, aliás, veículos grandes foram os escolhidos nessa geração de elétricos para comportar as grandes baterias. Foto: Geoff Shepherd.

Ford Ranger elétrica com porta para o carregador na grade frontal. Veículos grandes foram preferidos nessa geração de elétricos para comportar as grandes baterias. Foto: Geoff Shepherd.

Apesar da autonomia e tempo de recarga não serem muito inferiores aos dos elétricos atuais, a potência de motor reduzida, preços elevados, desconfiança por parte dos compradores, e claro, um jogo de interesses daqueles que vivem do petróleo rolando nos bastidores, fizeram os elétricos serem encostados mais uma vez.

 

… e finalmente chegarem com força …

Mas a preocupação ambiental só veio crescendo desde então e, somada a crise financeira do final dos anos 2000, fez com que os elétricos chegassem com mais força e desta vez para ficar, agora equipados com baterias de íons de lítio (menores e mais leves mas com maior capacidade e vida útil), recarga em 4 horas nas tomadas de 240V ou recarga rápida em estações especiais que preenchem 80% com apenas 30 minutos, absolutamente zero emissão de gases poluentes, reaproveitamento da energia da frenagem para recarregar as baterias e, principalmente, subsídios.

 

… tendo uma mãozinha do governo …

Como toda tecnologia nova, carros elétricos são mais caros (culpe as baterias), mas um dos papéis do governo é justamente pensar na coletividade e no futuro, por isso em diversos países (o que não inclui o Brasil, por mais estranho que pareça), existem subsídios para quem comprar esses veículos. Nos EUA o incentivo chega a $7.500, ou seja, o Ford Focus Electric, por exemplo, cai de $39.995 para $32.495, nada mal.

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Ford Focus elétrico. Além de ser silencioso e com marcha contínua, rodando na pista da montadora se mostrou tão competente quanto seu irmão a gasolina. Foto: Eduardo Pegurier | OEco

Aliás, por lá as opções são várias. Só pra ficar entre os mais populares temos (em preços já subsidiados) o Mitsubishi i MiEV a partir de $22.475, o Nissan Leaf por $28.550 e o Honda Fit EV por $389/mês por 3 anos (leasing, não existe opção de compra).

 

… que ainda não é suficiente …

São bons preços, mas não se engane ao convertê-los para reais – todos os carros por lá são mais baratos. Para comparação, considere que o Ford Fusion tradicional custa entre $16.200 e $24.000, ou seja, o elétrico é no mínimo 35% mais caro. Optar por um se torna uma questão de preocupação ambiental, conforto ou cálculo a longo prazo.

 

… a menos que você faça as contas.

iMiev-GasAlém de exigir menos manutenção, vários estados/cidades dos EUA oferecem créditos adicionais em impostos, vagas ou faixas de tráfego exclusivas para elétricos e abastecê-los pode ser 3 vezes mais barato do que abastecer com gasolina (isso nos EUA, aqui a diferença chegar a 10 vezes).

Pelos cálculos da Mitsubishi, para andar 16.000 Km em um ano (cerca de 44Km/dia) gasta-se $541 em eletricidade contra $1.980 em gasolina – são mais de $1.400 economizados anualmente, nada mal.

 

E o Brasil, como fica nessa história? Isso e muito mais nas nas próximas matérias – fique de olho!

 

O eco4planet viajou para Detroit à convite da Ford e ficou surpreso com a simpatia das pessoas por todos os lugares por onde passou. E nem estamos falando de uma “cidade turística”.

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 é o criador do eco4planet, formado em Administração de Empresas pela USP, desenvolvedor e gamer. Otimista nato, calmo por natureza, acredita que informação pode mudar o mundo e que todo pequeno gesto vale a pena. Posta também no Twitter e Facebook.
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